Em assembleia, policiais civis de Pernambuco decidem não entrar em greve

Assembleia reuniu cerca de mil policiais, segundo o Sinpol / Foto: divulgação/SinpolAssembleia reuniu cerca de mil policiais, segundo o SinpolFoto: divulgação/Sinpol

Os policiais civis de Pernambuco decidiram não entrar em greve. A escolha pela não paralisação geral das atividades foi feita em assembleia realizada na noite desta quinta-feira (11), em frente ao Sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol), em Santo Amaro, área central do Recife. A assembleia desta noite encerrou as atividades da paralisação de 48h que a categoria realizou na quarta e nesta quinta. Nova paralisação está marcada para o dia 18 de junho.

Depois de votação entre membros da categoria, ficou decidida a volta as atividades, porém o movimento por reivindicações segue com um cronograma de atividades que visam a conscientização da população sobre os motivos que levam a categoria a realizar protestos, como as recentes paralisações.

Os policiais civis realizaram nessa quarta (10) e nesta quinta-feira (11) uma paralisação de 48h em suas atividades. Com exceção dos serviços prestados pelo Instituto de Medicina Legal (IML), todos os outros serviços de responsabilidade da Polícia Civil no Estado não estiveram disponíveis nestes dias.

Categoria definiu um cronograma com novos atos, entre eles uma nova paralisação de 24 no dia 18Categoria definiu um cronograma com novos atos, entre eles uma nova paralisação de 24 no dia 18Foto: divulgação/Sinpol

Além da diretoria do Sinpol, participaram da assembleia autoridades políticas como o deputado estadual Joel da Harpa (Pros), o presidente da Adepe, Francisco Rodrigues, além de membros de outros sindicatos que apoiam o movimento dos policiais civis. O sindicato estima que cerca de mil policiais participaram da assembleia desta quinta-feira.A intenção da categoria é manter a pauta de atividades e reivindicações e, caso o Governo não atenda às principais solicitações, uma greve não está totalmente descartada.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES – Dentre as atividades aprovadas para o cronograma criado na assembleia desta noite, estão dois atos ainda no mês de junho: uma panfletagem neste sábado (13) na praia de Boa Viagem, Zona do Sul do Recife, e uma nova de paralisação de 24h, que acontece no dia 18 de junho.

No mesmo dia acontecerá uma passeata dos policiais pelas ruas do Recife, com destino ao Palácio do Campo das Princesas, sede do Governo do Estado.

PARALISAÇÕES – A paralisação desta semana foi a segunda que a categoria realizou apenas este ano no Estado. Em maio os policiais já haviam paralisado todas atividades por 24 horas como protesto. A categoria tem uma pauta de reivindicações que, segundo o Sinpol, não é apreciada pelo Governo do Estado de Pernambuco.

A paralisação das atividades foi decidida em assembleia na noite de segunda-feira (8), após reunião da direção do Sinpol com representantes da Secretaria de Administração do Estado de Pernambuco. Na ocasião, o sindicato informou que na conversa com a secretaria de Administração não houve acordo sobre as proposta oferecidas, uma vez que as ofertas feitas pelo Governo não contemplam toda a categoria, mas apenas os delegados.

REIVINDICAÇÕES – A principal reivindicação dos policiais é a equiparação do risco de vida de 225%  para toda a categoria. Atualmente esse percentual é oferecido apenas para os delegados de Polícia Civil.

Principal reivindicação da categoria é a equiparação do risco de vida de 225% para todos os policiaisPrincipal reivindicação da categoria é a equiparação do risco de vida de 225% para todos os policiaisFoto: Divulgação/Sinpol

De acordo com o Sinpol, as reuniões realizadas com os representantes do Governo do Estado apresentaram “pouquíssimas progressões” com relação à pauta de reivindicações da categoria. Ainda sobre isso, o sindicato alega que a proposta apresentada pela secretaria de Administração contempla apenas uma pequena parcela dos profissionais. O pedido do sindicato é que seja contemplada toda a categoria.

Além equiparação da porcentagem no risco de vida, a categoria pede reajuste com base na inflação de 2015, a colocação dos peritos papiloscopistas nos quadros da Polícia Civil e realização de mais concursos para a contração de mais profissionais.

DETERMINAÇÃO DO TJPE – Nessa quarta-feira, o Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) atendeu ao pedido do Governo do Estado de Pernambuco e determinou a  volta imediata dos policiais civis aos postos de trabalho.

Na decisão, de caráter liminar, o desembargador José Fernandes de Lemos estabeleceu a multa de R$30 mil por dia de atraso na volta ao trabalho, limitada a R$ 1 milhão. O valor estabelecido foi cinco vezes menor do que os R$ 150 mil pedidos pelo governo. A ilegalidade, também pedida pelo governo, só será analisada se o mérito da ação for julgado.

Fonte: NE10

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