Em jogo emocionante, Chile vence Argentina na disputa de pênaltis e ganha 1º título de expressão
Placar de 0 a 0 persistiu até segundo tempo da prorrogação; Chile bateu Argentina por 4 a 1 nos pênaltis para a festa da torcida no Estádio Nacional, em Santiago
Gazeta Press
O Chile pôs fim neste sábado a uma longa espera. No mesmo Estádio Nacional em que foi derrotada pela Argentina na final de 1955, a equipe da casa deu o troco ao vencer a atual vice-campeã mundial nos pênaltis (por 4 a 1) e finalmente conquistou seu primeiro título na história ao sediar de novo uma edição da Copa América. O histórico último gol da disputa foi marcado por Alexis Sánchez.
Até então, a torcida chilena se contentava com quatro vice-campeonatos. Havia deixado o título escapar também em 1956 (para Uruguai), 1979 (Paraguai) e 1987 (novamente para o Uruguai).
O título, que também mantém a Argentina em desgraça (sem um troféu desde 1993), coroa uma campanha invicta. Antes da revanche deste sábado, quando foi superior, o Chile tinha passado pela fase de grupos com duas vitórias (Equador e Bolívia) um empate (México). Em seguida, eliminou o Uruguai nas quartas de final e deixou também o Peru para trás.
Neste sábado, empurrado pela torcida, o Chile foi quem criou a primeira boa chance na partida. Aos dez minutos, Demichelis afastou parcialmente cruzamento rasteiro de Isla. A bola subiu e, na sobra, Vidal pegou de primeira, batendo no canto esquerdo, onde estava Romero. O goleiro argentino espalmou e contou com ajuda da defesa para afastar definitivamente o perigo da área.
A resposta veio em nove minutos, em cobrança de falta da ponta direita. Depois de muita demora por conta de troca de empurrões dentro da área, Messi bateu à meia altura, em direção ao gol. Desviada no meio do caminho, a bola quase enganou o goleiro Claudio Bravo, companheiro do argentino no Barcelona, que conseguiu fazer a defesa no reflexo.
Foi assim, com marcação dura e algumas vezes faltas, que a defesa chilena segurou os avanços argentinos no primeiro tempo e se impôs. Em uma dessas disputas, Di María levou a pior e se machucou, sendo substituído por Lavezzi ainda os 28 minutos. Apesar da baixa precoce, a Argentina continuou aparecendo noataque, ainda que sem grandes lances de Messi.
Também agressivos defensivamente, os argentinos passaram a combater e irritar Valdivia, principal nome da criação chilena, da mesma forma. Só que, a despeito da cobrança do meia, nenhum jogador recebeu cartão amarelo, ao contrário do time anfitrião, que foi para o intervalo com três jogadores advertidos: Francisco Silva, Gary Medel (por um forte chute na barriga de Messi) e Marcelo Díaz.
Por pouco, o Chile também não terminou a primeira etapa castigado com desvantagem no placar. Na última boa jogada, Lavezzi recebeu bola atrasada da linha de fundo e finalizou de primeira, no centro da área. Mas em cima de Bravo, que, sem se movimentar, espalmou a bola para frente e foi beneficiado ainda por uma falta assinalada na sequência.
No retorno do intervalo, sim, os argentinos levaram os primeiros cartões – e também novas investidas chilenas. A partir dos 15 minutos, no entanto, o time treinado por Gerardo Martino livrou-se momentaneamente do domínio adversário e voltou a levar perigo, mesmo que em jogadas de bola parada, principalmente escanteios. Mas o Chile seguia mais coeso taticamente.
Aos 29 minutos, na tentativa de encontrar mais espaços na defesa adversária, Jorge Sampaoli sacou Valdivia – que não gostou da substituição, como de costume – e colocou Matias Fernández em campo. Passados sete minutos, uma boa chance foi criada. Só que, novamente, desperdiçada, em voleio de Sánchez, que mandou a bola rente à trave direita do goleiro argentino depois de ter sido acionado com absoluta liberdade dentro da área.
Em um raro momento de liberdade dado a Messi, a Argentina quase marcou. Ele arrancou do meio-campo, passou por dois marcadores e abriu na esquerda para Lavezzi, que, de primeira, cruzou rasteiro. Vindo de trás, na segunda trave, Higuaín concluiu para fora, para alívio chileno. Foi esse o último lance do tempo regulamentar. No último lance da primeira metade da prorrogação, quem errou foi o Chile, em arremate de Sánchez por cima do gol.
Sem grandes oportunidades nos 15 minutos finais, o título foi decidido nos pênaltis. Matias Fernández abriu a série balançando a rede, e Messi empatou. Depois disso, Arturo Vidal e Charles Aránguiz criaram vantagem graças aos erros de Gonzalo Higuaín (em chute por cima do gol) e Éver Banega (que teve cobrança defendida por Bravo). Com um chute fraco, no centro do gol, Sánchez soltou o grito de campeão das milhões de gargantas chilenas.
CHILE (4) 0 X 0 (1) ARGENTINA
Local: Estádio Nacional, em Santiago (Chile)
Público: 45.693 espectadores
Árbitro: Wilmar Roldán (Colômbia)
Assistentes: Alexander Guzmán e Cristian de la Cruz (ambos da Colômbia)
Cartões amarelos: Francisco Silva, Medel, Marcelo Díaz e Aranguíz (Chile); Rojo, Mascherano e Banega (Argentina)
Pênaltis:
CHILE: Matías Fernández, Vidal, Aránguiz e Sánchez converteram
ARGENTINA: Messi converteu; Higuain e Banega perderam
CHILE: Bravo; Isla, Medel, Francisco Silva e Beausejour; Marcelo Díaz, Aránguiz, Vidal e Valdivia (Matías Fernández); Vargas (Angelo Henríquez) e Alexis Sánchez
Técnico: Jorge Sampaoli
ARGENTINA: Romero; Zabaleta, Demichelis, Otamendi e Rojo; Mascherano, Biglia e Pastore (Banega); Messi, Di María (Lavezzi) e Aguero (Higuain)
Técnico: Gerardo Martino