Em leve alta, taxa de desemprego fica em 5,4% em setembro
A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,4% em setembro, ante 5,3% em agosto e 5,6% em julho. O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções (5,20% a 5,60%) e acima da mediana projetada, de 5,30%.
O rendimento médio real dos trabalhadores registrou variação de 1% em setembro ante agosto, e aumento 2,2% na comparação com setembro do ano passado.
A média da taxa de desemprego no ano é de 5,6%. O número é levemente abaixo da média dos primeiros nove meses de 2012, que ficou em 5,7%. O ano passado encerrou com taxa de desemprego de 5,5%.
A massa de renda real habitual dos ocupados no País somou R$ 44,7 bilhões em setembro, alta de 0,9% em relação a agosto. Na comparação com setembro de 2012, a massa cresceu 2,8%.
Já a massa de renda real efetiva dos ocupados totalizou R$ 44,5 bilhões em agosto, com alta de 0,9% frente ao mês anterior. Na comparação com agosto de 2012, houve aumento de 2,4% na massa de renda efetiva. O rendimento médio do trabalhador foi de R$ 1.908,00 em setembro, uma alta de 1,0% em relação a agosto.
Mais desocupados
A população desocupada teve um acréscimo de 2,5% na passagem de agosto para setembro. O porcentual representa uma diferença de 33 mil pessoas a mais no contingente de desocupados. Mas, segundo o IBGE, o grupo permaneceu estável na casa de 1,3 milhão de pessoas.
A população ocupada teve leve queda de 0,1% em setembro, uma diferença de 31 mil pessoas em relação a agosto. Segundo o Instituto, o grupo não teve variação significativa na passagem do mês e soma 23,3 milhões de pessoas. Os ocupados e desocupados fazem parte da população economicamente ativa, que hoje representa 57% dos que estão em idade ativa.
O mercado de trabalho não tem ampliado o número de vagas disponíveis, o que contribui para o aumento dos desocupados, observou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo. Além disso, ao tendência de perda ocorre em um momento em que há busca por emprego. “Não temos geração de postos de trabalho em nenhuma das regiões. Muitas vezes, ocorre perda, ou seja, a desocupação começa a avançar”, analisou.
Azeredo acrescentou ainda que não há avanços na população ocupada em relação ao ano passado. “O aumento de desocupados em 33 mil também pode ser considerado estável”, disse.
Tendência de alta
O mercado de trabalho está bem próximo de uma inflexão e a tendência daqui para frente é de a taxa de desemprego aumentar, disse em entrevista ao Broadcast a economista e sócia da Gibraltar Consulting, Zeina Latif. De acordo com ela, ao olhar a taxa nominal de desemprego em setembro, o que fica é a percepção de um desemprego praticamente estável. Segundo divulgou nesta manhã o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no mês passado avançou 0,10 ponto porcentual, de 5,3% para 5,4%.
Zeina destaca ainda que o próprio Banco Central (BC) já identificou que o nível de emprego já se aproxima desse ponto de inflexão. Tanto que, segundo ela, no último Relatório Trimestral de Inflação (RTI), a autoridade monetária reservou um boxe no documento só para falar da taxa de desemprego. “A própria imprensa já tem divulgado reportagens mostrando que está cada vez mais difícil se encontrar emprego”, disse Zeina.
Fonte: Estado de S. Paulo