A noite deste domingo, no Nilton Santos, era de homenagem a Mané Garricha, que completaria 90 anos e foi tema de mosaico da torcida que exaltava os alvinegros ao redor do país — “horando as cores do Brasil de nossa gente”, dizia a peça. Mas o jogo contra o Cuiabá foi uma das maiores pedreiras do alvinegro nesta reta final de Brasileiro. O time do Mato Grosso surpreendeu, abriu 1 a 0 no segundo tempo e segurou o resultado apesar de muita pressão dos donos da casa.
Com a derrota, o Botafogo vê a distância para o Palmeiras cair para seis pontos, a oito rodadas do fim do Brasileiro. Mas o alvinegro tem um jogo a menos, contra o Fortaleza, adiado da rodada passada. Foi apenas o segundo revés do líder no Nilton Santos neste Brasileiro, o sexto no campeonato em geral. Só havia perdido para o Flamengo.
Agora, o Botafogo volta a campo na quarta-feira, quando recebe justamente contra o Palmeiras, em confronto direto que pode encurtar ou recuperar a distância. Já o Cuiabá, que chegou aos 40 pontos, na 10ª colocação, recebe o Vasco na Arena Pantanal.
—Fizemos uma grande partida, tiveram só aquela chance, tivemos má sorte no lance. É corrigir alguns erros e seguir porque ainda estamos na frente e dependemos de nós — afirmou Cuesta após a partida.
Dividida de Perri e Pitta
A noite foi marcada ainda por um temporal que atingiu parte da Zona Norte do Rio de Janeiro e dificultou a presença dos pouco mais de 30 mil presentes no estádio. Alguns setores do estádio chegaram a ver a luz piscar antes do início da partida. A chuva, que deu as caras de forma mais leve no primeiro tempo, desabou a cair novamente poucos minutos após o apito final.
Isidro Pitta, incansável atacante da equipe mato-grossense, abriu o placar já no segundo tempo, em lance de contra-ataque que o Cuiabá vinha buscando desde a primeira etapa.
Denilson acionou o camisa 9 em velocidade, que saiu na corrida com Di Plácido. O goleiro Lucas Perri tentou interceptar o lance saindo do gol, mas acabou levando a pior dividida. A bola ia entrando caprichosamente, mas ainda foi empurrada de carrinho por Pitta, em disputa com o lateral argentino. Ao final da partida, o paraguaio, disse Perri até chegou antes, mas alegou que a bola bateu em sua barriga no chute do goleiro.
— É mérito de todo o time. O Cuiabá é raça. Nunca dei a bola por perdida e graças a deus consegui fazer o gol — afirmou o camisa 9.
O gol foi uma das poucas oportunidades do Cuiabá na partida. Antes e depois do gol, o Botafogo vinha melhor, em especial com Júnior Santos. Praticamente todas as jogadas de ataque perigosas da partida passaram em algum momento pelos pés do camisa 37.
No fim do primeiro tempo, chegou a escorar de cabeça em boa chance para Tiquinho, que não alcançou a bola. Pouco antes, iniciou de forma incisiva a jogada que terminou na melhor oportunidade alvinegra, com Eduardo, que dominou na sobra de bola e parou no goleiro Walter.
Cuesta chegou a marcar concluindo jogada aérea no último lance antes do intervalo, mas checagem do VAR encontrou toque de mão do zagueiro botafoguense. Na entrevista pós-jogo, o defensor concordou com a marcação da arbitragem em seu gol anulado.
Pressão total
Após o gol, o cenário foi de pressão total do Botafogo. Segovinha, que entrou no segundo tempo no lugar de Luis Henrique, substituto de Victor Sá e criticado por parte dos torcedores durante a partida, quase marcou um golaço batendo colocado do canto direito. Foi um dos focos de ataque na segunda etapa. Eduardo também quase marcou de calcanhar e Janderson teve outra boa oportunidade pelo alto.
Com a dificuldade de furar a marcação e superar o bom jogo do goleiro Walter, o Botafogo apelou também para os chutes de longe. Gabriel Pires levou muito perigo em um deles, bem defendido. Logo depois, foi a vez de Tiquinho acertar cabeçada venenosa no canto direito para defesa primorosa do goleiro do Cuiabá, maior responsável pelo resultado depois de Pitta.
O massacre foi tamanho que o Botafogo terminou a partida com 32 finalizações contra apenas seis do Cuiabá, além de de ter 67% da posse de bola. Mas não foi suficiente.