Em nota, Direção do Hospital Universitário ameaça amordaçar imprensa regional

Da Redação
 
No final da tarde desta quinta-feira (06) a imprensa regional foi surpreendida com uma nota lançada pelo Presidente do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar – ISGH, gestora do Hospital Universitário do Vale do São Francisco, Carlos Alberto do Espirito Santo. No texto, ele ameaça entrar na justiça contra uma matéria veiculada no dia de ontem por terem divulgado imagens internas sem autorização.
De acordo a matéria foi apresentado os trabalhos realizados  por representantes do Conselho Federal de Medicina (CFM), do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe). As entidades médicas foram vistoriar denúncias feitas por médicos do próprio hospital referente a sobrecarga de trabalho, escalas incompletas e faltas de insumos para trabalho.
No documento o Senhor Espirito Santos afirma que as imagens foram divulgadas sem a autorização da direção, mesmo elas sendo de membros de CREMEP que convidaram um determinado veículo de comunicação de TV para fazer a cobertura e que teria sido divulgado no jornal de meio dia.
O mais incrível que a equipe foi convidada por médicos do próprio hospital para observar a situação das instalações como foi divulgado no Jornal do Commércio em Recife e reproduzido por outros veículos da região. Agora querer impedir o trabalho da imprensa com ameaças, ou com processos na justiça, seria um grande desafio para tentar intimidar à todos que fazem parte da imprensa na região e no país.
Se a Direção tem problemas internos com seus funcionários, ou com o sindicato da categoria, que resolva. Não tente afrontar ou desafiar quem trabalha coberto pela legislação. 
No Sertão do São Francisco virou moda reitor, empresário, médicos e outros profissionais recém-chegados fazerem deboche com os filhos da terra. Nós sertanejos nunca se rendemos, e jamais nos renderemos a nenhum forasteiro que tente transformar a sociedade e os órgãos de comunicações em apêndices de seus caprichos. 
Veja a nota abaixo enviada pelo gestor  do ISGH:
Nota à Imprensa
Em relação à matéria veiculada nos veículo de Comunicação em 06 de fevereiro de 2014, a Direção do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar – ISGH, gestora do Hospital Universitário do Vale do São Francisco por força do convênio de n.º 02/2013, firmado em 26/07/13 com a UNIVASF, informa o seguinte:
1.Inicialmente, que lastima a divulgação não autorizada de fotografias de pacientes atendidos nas dependências do Hospital Universitário, em desacordo com lei; pelos possíveis constrangimentos oriundos da exposição da imagem pessoal, e em frontal desrespeito ao código de conduta ética dos profissionais médicos, fato já encaminhado ao Departamento Jurídico do ISGH para medidas junto à Comissão de Ética do Conselho Federal de Medicina – CFM e aos Ministérios Públicos Estadual e Federal.
Mais lastimável ainda, o registro de que a divulgação consignada tenha sido realizada mediante conhecimento e autorização do próprio Presidente do Conselho Regional de Medicina do Estado de Pernambuco, o Dr Sílvio Rodrigues, a quem competiria, de forma indeclinável, zelar pela condução ética de todos os atos emanados pelo referido Conselho de Classe, sempre vinculado ao indissociável respeito ao direito constitucional à saúde.
2.         Quanto ao mérito da matéria:
a)        Que a superlotação não é privilégio do Hospital Universitário do Vale do São Francisco, principalmente por se tratar de unidade de saúde com demanda “porta aberta” e, mais ainda, quando o próprio Serviço de Regulação Municipal envia pacientes independente de ter ou não ter vagas.
Não há como fugir, assim, à realidade da superlotação. Frisamos, entretanto, que independentemente desta situação crítica, NENHUM PACIENTE É RECUSADO. TODOS SÃO ASSISTIDOS, SIM, PODENDO MORRER, COM CERTEZA, SE ASSIM NÃO AGÍSSEMOS.
Talvez o CREMEPE e o SIMEPE estejam querendo, ao reclamar, que o HU não receba os pacientes que excedam à capacidade operativa da unidade, formando uma legião de excluídos nômades, largados à própria sorte ou à própria morte.
b)        Que a superlotação já foi objeto de diversas reuniões e expedientes, alguns provocados inclusive pelo ISGH, junto aos Ministérios Públicos, que têm pleno conhecimento do problema e são parceiros na busca de soluções.
Neste particular, com toda vênia, o CREMEPE e o SIMEPE estão atrasados.
c)         Que, ainda no que respeita à superlotação, é lógico que quando se excede o planejamento e a capacidade operativa, há indiscutíveis repercussões no suprimento hospitalar (almoxarifado e farmácia), com faltas pontuais de alguns medicamentos específicos, porém substituíveis por outros de mesma capacidade terapêutica, ou reposições emergenciais que não prejudicam de forma alguma os pacientes. Há, por certo, constante pressão na máquina administrativa que é obrigada a trabalhar em situação permanente de crise, MAS FUNCIONANDO A CONTENTO.
d)Por fim, os atrasos salariais, que parece ser o motivo mais contundente para o barulho midiático utilizado pelo CREMEPE e SIMEPE, ocorridos nas competências novembro, dezembro (2013), são comuns na Administração Pública, de qualquer ente federativo, porque coincidentes com o encerramento do exercício financeiro e início do exercício posterior. O Hospital Universitário, in casu é financiado em 100% com recursos federais e não fugiu a esta regra.
Cremos, entretanto, que este contratempo se resolva a partir de fevereiro de 2014.
Em arremate, o ISGH é convicto que gere, nada obstante o subfinanciamento do Convênio 02/2013, assunto amplamente tratado com o Convenente e com os órgãos de Controle Externo, de forma sempre a preservar a vida, com a máxima qualidade possível e que, caso o CREMEPE e o SIMEPE queiram ombrear-se, como parceiros, na busca de soluções práticas, serão benvindos.
Atenciosamente,
Carlos Alberto do Espírito Santo
Presidente do ISGH
 

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