Em Pernambuco, documentos do golpe são digitalizados

MIGUEL ARRAES - DOPS

Foto: Divulgação / Arquivo Publico Estadual

Toda a documentação produzida pela extinta Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS durante (e até antes) da ditadura de 1964 começa a ser digitalizada nesta segunda-feira (28/03). A documentação é composta por, aproximadamente, 1.800.000 páginas, o que permite classificá-la como o maior acervo documental de polícia política do Nordeste e um dos maiores do Brasil.

Esse destaque foi reconhecido, em 2011, pelo programa Memória do Mundo (Memory of the World), da Organização das Nações Unidas (ONU), que nominou a documentação do DOPS/PE, juntamente com outros trezes acervos estaduais e federais, como patrimônio mundial da humanidade.

O trabalho de digitalização começa a ser feito às 14h por técnicos contratados e pela equipe do Arquivo Público, nas instalações da rua Imperial. A ação está sendo viabilizada graças a uma parceria do Arquivo Público Estadual com o Arquivo Nacional, que está investindo R$ 1.038.098,00 na contratação de empresas especializadas em digitalização de documentos e em reconhecimento óptico de caracteres (OCR). Ao Arquivo Público Estadual de Pernambuco competem as atividades de controle da informação e de alimentação de banco de dados.

DOM HÉLDER CÂMARA - DOPS

Foto: Divulgação / Arquivo Publico Estadual

O período estimado de execução das atividades é de 12 (doze) meses, contados a partir de março de 2016. Quando concluído, será o primeiro banco de dados de polícia política brasileira totalmente digitalizado, o que não apenas favorece o acesso dos interessados, como protege a documentação original do desgaste inevitável no manuseio constante.

O projeto tem por objetivo promover a digitalização e alimentação, no Banco de Dados Memórias Reveladas, disponível na Internet (www.memoriasreveladas.gov.br), do acervo da extinta Delegacia de Ordem Política e Social de Pernambuco – DOPS/PE, cuja documentação foi produzida entre os anos de 1930 a 1980.

As atividades de digitalização serão inteiramente desenvolvidas nas instalações do Arquivo Público de Pernambuco, sem necessidade de deslocamento dos documentos da extinta DOPS/PE. Após a execução das atividades do projeto, o acesso à documentação digitalizada será livre, nos termos da Lei de Acesso à Informação (lei federal nº 12.527/2011) e da lei estadual nº 14.804/2012.

O Arquivo Público de Pernambuco – Jordão Emerenciano e o Arquivo Nacional são parceiros, desde 2009, no âmbito do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-11985) – Memórias Reveladas. (Jamildo Melo)

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