Toda a documentação produzida pela extinta Delegacia de Ordem Política e Social – DOPS durante (e até antes) da ditadura de 1964 começa a ser digitalizada nesta segunda-feira (28/03). A documentação é composta por, aproximadamente, 1.800.000 páginas, o que permite classificá-la como o maior acervo documental de polícia política do Nordeste e um dos maiores do Brasil.
Esse destaque foi reconhecido, em 2011, pelo programa Memória do Mundo (Memory of the World), da Organização das Nações Unidas (ONU), que nominou a documentação do DOPS/PE, juntamente com outros trezes acervos estaduais e federais, como patrimônio mundial da humanidade.
O trabalho de digitalização começa a ser feito às 14h por técnicos contratados e pela equipe do Arquivo Público, nas instalações da rua Imperial. A ação está sendo viabilizada graças a uma parceria do Arquivo Público Estadual com o Arquivo Nacional, que está investindo R$ 1.038.098,00 na contratação de empresas especializadas em digitalização de documentos e em reconhecimento óptico de caracteres (OCR). Ao Arquivo Público Estadual de Pernambuco competem as atividades de controle da informação e de alimentação de banco de dados.
O período estimado de execução das atividades é de 12 (doze) meses, contados a partir de março de 2016. Quando concluído, será o primeiro banco de dados de polícia política brasileira totalmente digitalizado, o que não apenas favorece o acesso dos interessados, como protege a documentação original do desgaste inevitável no manuseio constante.
O projeto tem por objetivo promover a digitalização e alimentação, no Banco de Dados Memórias Reveladas, disponível na Internet (www.memoriasreveladas.gov.br)
As atividades de digitalização serão inteiramente desenvolvidas nas instalações do Arquivo Público de Pernambuco, sem necessidade de deslocamento dos documentos da extinta DOPS/PE. Após a execução das atividades do projeto, o acesso à documentação digitalizada será livre, nos termos da Lei de Acesso à Informação (lei federal nº 12.527/2011) e da lei estadual nº 14.804/2012.
O Arquivo Público de Pernambuco – Jordão Emerenciano e o Arquivo Nacional são parceiros, desde 2009, no âmbito do Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil (1964-11985) – Memórias Reveladas. (Jamildo Melo)