Sindicato dos Policiais Federais pinta quadro dramático na PF
Marcelo Pires, presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado de Pernambuco, aproveitou um debate com Aldo Vilela, na rádio JC News, para descrever um quadro de muitas dificuldades na Polícia Federal, que destoam da imagem pública do órgão nacionalmente.
“Há uma crise instalada na PF e a gente só está cobrando o que está previsto em lei, para combater a corrupção”, comentou.
“Ao que parece, esbarramos no governo e eles se insurgem contra os que investigam. Não tínhamos esses problemas antes”, disse o sindicalista.
No que toca a questão salarial, por exemplo, Marcelo Pires reclamou que a corporação está há cinco anos sem aumento acima da inflação. “O último reajuste se deu em fevereiro de 2009, na ordem de 3,4%”. No ar, o policial reclamou que um policial ganha um salário inicial de R$ 5 mil, a metade do que recebe um agente da Abin (R$ 11 mil).
Como não tem salário atrativos, estaria saindo cerca de 250 policiais por ano. No estado, são 251 homens. “Em todo Brasil, são 13 mil, mas deveríamos ser 40 mil agentes”.
“As verbas das dotações não são repassadas pelo governo Federal. A gente não era para estar passando dificuldades”, diz. “Há coletes vencidos, carros sem o DPVAT pago. Há helicópteros sem pilotos para operar”
Um dos problemas da PF seria as transferências por injunções políticas. “Muitos delegados são nomeados politicamente, enquanto não se valoriza o agente administrativo que tem compromisso legal com o serviço que faz”.
O sindicalista reclamou ainda de aumento nos casos de suicídio. De um total de 36 mortes, entre 2012 e 2013, 11 foram suicídios. “Não bastasse o excesso de horas trabalhada, o tempo fora de casa, a desagregação familiar, ainda querem descaracterizar a aposentadoria especial do policial”, comentou.
No final do encontro, perguntado se haveria problemas para a copa de 2014, ele afirmou que o Brasil não iria se descuidar e dar chance para atos de terrorismo. No dia 02 de outubro, haverá um grande encontro de autoridades para voltar a planejar as ações de segurança. (FolhaPE)