Em resposta aos ataques, dom Paulo Jackson defende que a dimensão social da fé não seja esquecida

Sacerdote registra que o mais importante agora é “orar, jejuar e perdoar”

rcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson – Foto: Walli Fontenelle/ Folha de Pernambuco
Dom Paulo Jackson*

No último dia 22 de fevereiro, eu presidi a Santa Missa no Santuário Nacional de Aparecida, em São Paulo. Era o encerramento do retiro anual dos presbíteros de nossa Arquidiocese. Na liturgia, celebrávamos a Festa da Cátedra de São Pedro. Fiz uma homilia sobre a pessoa e o papel de Pedro. Ao final, falei do Papa Francisco como sucessor de Pedro.

Falei também sobre a Tradição, com T maiúsculo, que é a força do Espírito Santo guiando ininterruptamente a Igreja. Disse que não podemos escolher o Papa que nos agrada. Além disso, a Tradição, ao nosso bel-prazer, não pode parar em Pio XII (1939-1958).

Há, infelizmente, grupos, sobretudo de leigos que agem na internet, que estão fazendo oposição ao Concílio Vaticano II, ao Papa Francisco, à Conferência Episcopal e a todas as iniciativas que primam pela dimensão caritativa do Evangelho. A Tradição viva passa pelo Concílio Vaticano II e chega aos nossos dias, ao Pontificado do Papa Francisco e ao cuidado da Igreja com a carne de Cristo, invisível em nossas calçadas.

Depois dessa homilia, na qual eu não toquei no tema “Campanha da Fraternidade”, fui alvo de um vídeo do Centro Dom Bosco, fazendo-me críticas, especialmente pelo “apoio à Campanha da Fraternidade”.

“O que vamos fazer em resposta a estas campanhas contrárias? Nada! Melhor, o mais importante: orar, jejuar e perdoar, para que a dimensão social da fé não seja esquecida por nós. Nunca.”

Concomitantemente, em Recife, a Confraria Dom Vital lançou uma campanha de outdoors nos ônibus, posicionando-se contra a Campanha da Fraternidade e pedindo para que não se façam doações para a Campanha da Solidariedade. É com esses recursos que a Igreja mantém milhares de projetos junto aos pobres e deserdados pelo país afora.

O que vamos fazer em resposta a estas campanhas contrárias? Nada! Melhor, o mais importante: orar, jejuar e perdoar, para que a dimensão social da fé não seja esquecida por nós. Nunca. Cristo continua sofrendo e continua necessitando de nós. Tudo isso feito, não por causa de ideologias baratas, mas por causa do Evangelho e da Doutrina Social da Igreja.

*Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa é arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife

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