Emergência de hospital se recusa a atender paciente com fibromialgia

Paciente diz que não foi atendida porque é beneficiária do Planserv

Maysa Polcri

Beneficiários reclamam da precarização do atendimento e a falta de estrutura para a realização exames no interior do estado. Crédito: Arquivo CORREIO

A professora Carolina Araújo, 25, tem fibromialgia e precisou de atendimento médico de urgência quando teve uma crise de dores, próximo a Estação da Lapa, mas foi barrada em um hospital em Salvador. Com medo do agravamento do quadro, Carolina foi, às pressas, ao Hospital Português, na Graça, mas foi surpreendida pela recusa da unidade em aceitar seu convênio médico, o Sistema de Assistência à Saúde dos Servidores Públicos (Planserv).

“Eu estava na rua e comecei a ter crises, com muitas dores, e passei mal. Quando cheguei ao hospital, me disseram que não estavam atendendo o Planserv”, relata a professora. Foi a primeira vez que ela passou por essa situação. Sem atendimento, Carolina foi levada por desconhecidos até a emergência do Hospital da Bahia, na Pituba. A fibromialgia é uma doença caracterizada pela dor generalizada na musculatura do corpo.

Mas o transtorno continuou. “A emergência estava lotada e eles só me atenderam porque sou paciente antiga. Quem procurava atendimento pelo Planserv pela primeira vez, não conseguia”, diz.

Carolina Araújo só conseguiu atendimento no Hospital da Bahia porque já havia sido internada na unidade neste ano. Crédito: Acervo Pessoal

Depois de três horas de espera na recepção, Carolina foi finalmente atendida por uma médica, pouco antes das 19 horas. Deixou o hospital com a receita de um calmante e um analgésico em mãos. O caso da professora aconteceu no dia 10 de julho e não é isolado.

Histórias de pessoas que migram de emergências para conseguir atendimento em hospitais credenciados ao Planserv se repetem em Salvador. O convênio médico é gerido pela Secretaria de Administração da Bahia (Sesab) e é de uso exclusivo se servidores, ex-servidores do Estado e seus dependentes.

O Planserv foi procurado, através da sua assessoria durante quatro dias consecutivos, por e-mails e ligações, mas não se manifestou sobre o relato de recusa de atendimento nas emergências dos hospitais citados.

O Hospital Português foi procurado, através de e-mails enviados à assessoria de imprensa, mas não retornou aos questionamentos. A reportagem apurou que o Hospital da Bahia voltou a receber pacientes do Planserv na emergência na quinta-feira (3), depois de uma suspensão no início da semana. O hospital justificou que o “regime temporário de contingência de atendimento na Emergência” está relacionado a melhorias estruturais e atinge todos os convênios médicos.

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