Empresários negociam crédito para pagar 13º salário de funcionários

Joyce Sousa

  • Machado espera juros atrativos de bancos de fomento - Foto: Mila Cordeiro l Ag. A TARDE l 22.11.2012

    Machado espera juros atrativos de bancos de fomento

Diante das queixas dos empresários  por conta da queda nas vendas, os bancos já começaram a oferecer crédito para financiar o pagamento do 13º salário de funcionários. Eles cobram juros a partir de 1,51% ao mês e dão prazos de até 60 meses para pagar, a depender da instituição. As operações, entretanto,  ainda são vistas com desconfiança no mercado, que reclama das altas taxas de juros.

“O nível atual dos juros  tornou-se um fato inibidor para a busca de financiamento, sobretudo, para as pequenas e médias empresas”, destaca o presidente do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (Cieb), Reginaldo Rossi. Segundo o empresário, as entidades empresariais já estão mantendo contato com bancos oficiais para ver se eles podem reduzir os juros para dar condições das empresas de arcarem com o 13º salário, considerando o ano de retração econômica.

A Caixa já lançou o que chama de pacote especial de crédito para 13º: as linhas são destinadas às empresas com  faturamento anual de até R$ 150 milhões, com oferta de juros  a partir de 1,51% ao mês. “Para a micro e pequena empresa, o ideal é que, ao invés do ‘a partir de’ fosse de até 1,51% ao mês”, afirma Rossi.

Prazo maior

Mesmo com as taxas atualmente ofertadas, a expectativa da instituição é ampliar o volume de operações em relação ao ano passado, financiando R$ 10 bilhões até 29 de fevereiro de 2016, contra os R$ 8,1 bi destinados à linha no mesmo período no ano passado. O grande atrativo seria o prazo para pagamento: de até 60 meses, com carência para pagamento da primeira prestação de amortização. No Banco do Brasil, atualmente, o pagamento pode ser feito em  até 24 parcelas mensais, com carência de até 90 dias para o pagamento da primeira parcela de capital.

Até o final desta edição, a assessoria de comunicação da superintendência regional do banco não havia informado que taxas serão cobradas para a linha destinada ao financiamento do 13º salário. No site da instituição também não há detalhes sobre as taxas cobradas, mas apenas a informação de que elas são diferenciadas em função do relacionamento do cliente com o banco. “Quando vinculadas à garantia do Fundo de Garantia de Operações, as taxas são ainda mais atrativas”, ressalta apenas a página do BB na internet.

“Os bancos até se esforçam, mas as taxas é que são mesmo o problema, sobretudo, diante do cenário em que todos temem o agravamento da crise”, frisa Rossi. “O fato é que com as taxas mantidas a este nível, pouquíssimas empresas vão poder lançar mão dessa operação para pagar o 13º”, acredita o empresário.

Fazer caixa

O vice-presidente da Federação do Comércio do Estado da Bahia (Fecomércio), Kelsor Fernandes, recomenda aos empresários do setor evitar, ao máximo, o endividamento nos bancos. “Com as elevadas taxas, o melhor mesmo é tentar já ir fazendo caixa, cortando despesas e fazendo promoções, já pensando no 13º” diz.

O diretor-executivo da Federação das Câmaras dos Dirigentes Lojistas da Bahia (FCDL), Carlos Machado, espera contar com juros mais atrativos na Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) e Banco do Nordeste.

Nos sites das instituições, entretanto, a média informada é a mesma: a partir de 1,5% ao mês ou selic mais 3,5% ou 5,5% ao ano, no caso das linhas gerais para  capital de giro da Desenbahia.

Fonte: A Tarde

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