Escândalo do metrô de SP pesou na decisão de Campos
Governador teria avaliado que escândalo pode crescer (Foto: Paullo Almeida/Folha de Pernambuco)
Desde que a possibilidade de o PSB lançar candidatura própria em São Paulo, o assunto sempre foi tratado como uma espécie de imposição da ex-senadora Marina Silva ao governador-presidenciável Eduardo Campos. A ex-verde teria convencido o gestor pernambucano a se diferenciar do PSDB, que trabalhará a reeleição do governador Geraldo Alckmin, por acreditar que o projeto nacional precisa de uma voz e um palanque só seu no maior colégio eleitoral do País. Entretanto, circula a informação de bastidor de que o próprio Campos teria sido convencido por outro elemento: o escândalo do metrô paulista.
Aliados de Eduardo ressaltam, em reserva, que o episódio tem prejudicado os tucanos em São Paulo e que há uma necessidade de se desligar do caso, que ainda será apreciado no Supremo Tribunal Federal (STF). Campos teria atestado que se afastar do PSDB já de agora impediria que o PSB fosse associado às administrações atingidas pelo escândalo. Ou seja, o seu projeto nacional passaria longe do calcanhar de Aquiles dos tucanos.
A análise desse grupo de socialista também destaca que o afastamento do PSDB em São Paulo teria se dar através do discurso de que Marina bateu o pé pelo lançamento de uma candidatura própria. Como Eduardo pretende contar com o apoio dos tucanos em um eventual segundo turno contra a presidente Dilma Rousseff (PT), não seria interessante colocar um escândalo de corrupção como um dos motivos da “ruptura” em São Paulo, onde o PSB historicamente participa de governos do PSDB.
O escândalo dos trens de São Paulo estourou após o ex-diretor da empresa Siemens Everton Rheinheimer ter afirmado que possui documentos que provariam a existência de um esquema de corrupção no Governo de São Paulo para o abastecimento de um caixa dois do PSDB. O caso teria sido inciado há mais de 20 anos, durante o governo Mário Covas, passando pelas gestões Alckmin e José Serra.
Rheinheimer denunciou também que esse episódio, que ficou conhecido como o cartel dos trens paulistas, possui grandes proporções, uma vez que envolve as maiores multinacionais do setor ferroviário, como Alstom, Bombardier, a própria Siemens e Caterpillar.