Esclerose Múltipla: tudo o que você precisa saber para viver melhor

Embora não tenha cura, a esclerose múltipla pode ser gerenciada com tratamento adequado

Neurocirurgião Bruno Rangel, do Hospital Jayme da Fonte – Foto: Walli Fontenele / Folha de Pernambuco
esclerose múltipla é uma doença autoimune crônica que afeta o sistema nervoso central, especificamente a mielina, uma camada protetora que envolve as fibras nervosas.

De acordo com o neurocirurgião Bruno Rangel, do Hospital Jayme da Fonte, quando o sistema imunológico ataca erroneamente essa proteção, acontece uma inflamação que prejudica a capacidade do cérebro e da medula espinhal de transmitir sinais ao resto do corpo. Segundo o especialista, a doença é mais comum em mulheres do que em homens.

“Nas mulheres, a ocorrência é três vezes maior do que nos homens. A idade também é um fator importante. Os casos mais frequentes são identificados entre os 20 e 40 anos. Ou seja, afeta uma parcela jovem da população, que precisa ficar atenta”, orienta o médico.

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Sintomas

Os sintomas da esclerose múltipla são amplamente variados devido à natureza imprevisível da doença. Como a condição afeta o sistema nervoso de forma aleatória, os efeitos colaterais podem ser múltiplos e não seguir um padrão específico.

“A esclerose múltipla pode exibir sintomas constitucionais, como cansaço, fadiga e perda de peso, além de sintomas específicos, como fraqueza muscular, alterações visuais e problemas cognitivos”, destaca Rangel.

Essas manifestações podem incluir desde dificuldades de memória e raciocínio até alterações motoras e sensitivas.

Os sintomas também podem se apresentar de forma intermitente, com períodos de piora conhecidos como surtos, seguidos por períodos de remissão parcial ou completa. Contudo, com o tempo, os surtos podem levar a danos permanentes, tornando a intervenção precoce essencial para preservar a qualidade de vida dos pacientes.

Tratamentos

O manejo da esclerose múltipla envolve tratamentos direcionados tanto aos surtos quanto à manutenção da condição. “Durante o surto, muitas vezes é necessário que o paciente seja internado e tratado com corticoides”, explica Bruno Rangel.

Além disso, a fase de manutenção visa prevenir novos surtos e pode incluir medicamentos como imunomoduladores, que ajudam a regular a resposta imunológica do corpo.

Em alguns casos, medicamentos sintomáticos, como relaxantes musculares e antidepressivos, também podem ser prescritos para lidar com os sintomas específicos da doença.

Prevenção

A esclerose múltipla não tem uma causa única, mas fatores genéticos e ambientais desempenham um papel importante no seu desenvolvimento. Entre os fatores de risco, a predisposição genética é significativa.

“Os fatores de risco incluem predisposição genética e baixa exposição solar, o que pode reduzir os níveis de vitamina D no organismo”.

Segundo o médico, pessoas que vivem em países com baixa exposição solar são mais propensas a desenvolver a doença, devido aos baixos níveis de vitamina D, um nutriente que desempenha um papel essencial na regulação do sistema imunológico.

Além disso, o aumento do uso de protetor solar, embora crucial para a prevenção do câncer de pele, pode contribuir para uma menor produção de vitamina D, especialmente se a exposição ao sol for inadequada. Neste caso, o especialista recomenda a exposição ao sol em horários seguros, como no início da manhã e no final da tarde, para ajudar na manutenção de níveis adequados de vitamina D sem comprometer a saúde da pele.

Qualidade de vida

Os pacientes com esclerose múltipla podem enfrentar desafios emocionais e psicológicos, como depressão e ansiedade, em resposta às limitações físicas impostas pela doença. Portanto, o apoio psicológico e o acompanhamento contínuo são partes essenciais do tratamento para ajudá-los a lidar com o impacto da doença no cotidiano.

“Caso exista alguma suspeita sintomática, como perda de força, déficit visual, dor de cabeça constante ou perda de memória, é importante procurar ajuda médica para receber o tratamento adequado e evitar impactos e novas perdas funcionais no futuro”, recomenda o médico.

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