Escravos transportando homem numa liteira na Bahia

No século XIX sobretudo nas cidades litorâneas brasileiras, o transporte de pessoas e cargas nas ruas era feito por meio de mulas, cadeirinhas e liteiras.
Fotografias de Alberto Henshel, Salvador, Bahia, década de 1860.
A espécie de liteira pequena e fechada por cortinas de luxo ou de algodão estampado, conduzida por carregadores em librés exóticas era a condução mais usado até meados do século XIX. Ela variava em apresentação e luxo, conforme a condição econômica do proprietário ou da família que dela dispunha. Para missa, batizado e casamento, era o meio mais utilizado. Para vencer as pequenas distâncias, raras as famílias de recursos que não dispunham das suas.
Muitos dos carregadores e escravos de ganho das cidades brasileiras do século XIX terminavam seus dias com graves ferimentos no corpo devido as condições precárias de segurança e ao peso das cargas que levavam de um ponto ao outro da cidade
“A maior parte das casas urbanas de gente abastada mantinha cocheira e estábulo no andar térreo”, conta-nos Gilberto Freyre referindo-se às décadas de 40 e 50 no Rio e Pernambuco, que ainda explica que elas ficavam penduradas para evitar esbarrões e brincadeiras de crianças.
Na Capital Baiana construída em anfiteatro e pouco favorável à circulação das carruagens atreladas, é necessário, ao contrário, o uso das cadeirinhas para percorrer facilmente as ruas, quase todas íngremes. Por isso, o habitante da cidade só sai de cadeirinha ou se acompanhar por ela caso deseje andar momentaneamente a pé.
Fonte: História da Vida Privada no Brasil 1 : cotidiano e vida privada na América Portuguesa

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