A subprefeitura de Santo Amaro, na zona sul de SP, onde fica a impopular estátua do bandeirante sanguinário Borba Gato, mandou instalar grades em torno do monumento. Ela também passou a ser vigiada por um carro da Guarda Civil Metropolitana que fica 24 horas estacionado por perto.
Diante da derrubada de estátuas de traficantes de escravos e notórios racistas que tem acontecido nos EUA e na Europa, Borba Gato voltou a ser alvo de grupos nas redes sociais que defendem a derrubada de figuras racistas, colonizadores assassinos e outros “heróis” que se espalham pelas cidades.
Na Inglaterra, o monumento de um traficante de escravos veio abaixo em Bristol nesta semana. Nos EUA, uma estátua de Cristóvão Colombo foi decpitada, incendiada e jogada em um lago da Virgínia. Em Bruxelas, na Bélgica, o alvo são estátuas do Rei Leopoldo, que causou um holocausto maior que o judeu no Congo. Tem até um mapa interativo de estátuas a serem derrubadas.
O Centro de Tradições de Santo Amaro está preocupadíssimo com a eventual destruição da peça, cujo autor foi Júlio Guerra (1912-2001). “A escultura transcende o historicismo, dada a importância da obra, que configura-se patrimônio cultural imaterial”, diz o grupo.
Borba Gato, tido como herói nacional, como todo bandeirante expedicionário, caçava indígenas para escravizá-los. Aldeias inteiras eram destruídas e seus habitantes dispersados para sempre.