Estilo centralizador de Dilma Rousseff atrasa decisões e incomoda aliados

Dilma sofre com uma mania que, na realidade, tornou-se sua marca administrativa: a dificuldade em tomar decisões.

Paulo de Tarso Lyra

 

 (Ronaldo de Oliveira/CB/D.A Press 
)

Perto de terminar o terceiro ano de mandato e às vésperas da campanha na qual buscará a reeleição ao Palácio do Planalto, a presidente Dilma Rousseff corre para entregar o máximo de realizações possíveis para o eleitorado e compensar os atrasos de obras que atormentam o Palácio do Planalto e alimentam as críticas da oposição. Empossada em 2011 como a grande gerente capaz de destravar o país, Dilma sofre com uma mania que, na realidade, tornou-se sua marca administrativa: a dificuldade — e a demora — em tomar decisões pelo perfeccionismo e excesso de centralismo.

Um dos queridinhos da presidente e cotado como um dos possíveis coordenadores da campanha pela reeleição, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, já tinha dado a dica ao seu sucessor no Ministério de Ciência e Tecnologia, Marco Antônio Raupp, quando lhe transmitiu o cargo, em janeiro de 2012.

“Toda vez que você levar um programa, a primeira fase vai ser de espancamento do projeto. Ele vai ser desconstituído em todas as suas dimensões e, se não estiver muito bem, consistente, você vai ouvir a seguinte expressão: ‘Ele não fica de pé’.” Como se já não tivesse sido claro, o petista arrematou. “Não insista. Você não vai convencê-la. Vai perder tempo. Volte para casa, junte a equipe, trabalhe intensamente e volte a apresentar o projeto.”

Fonte: Correio Braziliense

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