EUA e Rússia fazem acordo sobre crise síria, diz John Kerry

Os Estados Unidos e a Rússia chegaram a um acordo sobre a crise na Síria, segundo declarou o secretário norte-americano neste sábado (14), após três de reuniões com o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov.

A Síria terá de entregar em uma semana informação sobre seu arsenal de armas químicas para evitar um ataque, segundo afirmou Kerry. Se a Síria não cumprir os procedimentos para eliminar suas armas químicas, a ameaça de uso de força será incluída em uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, disse Kerry. “Nós temos o compromisso de impor medidas sob o Capítulo 7 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, disse.

“Nós temos algumas diferenças, mas também trabalhamos juntos em outros assuntos. Nós nunca deixamos de nos falar. Rússia e Estados Unidos cooperaram no caso da Coréia do Norte, cooperaram para reduzir as armas de destruição em massa”, afirmou Kerry, sobre a relação dos EUA com a Rússia, durante pronunciamento.

O chanceler russo, por sua vez, afirmou que as reuniões com Kerry transcorreram de maneira “excelente”, minuto antes de ambos concederem uma entrevista coletiva conjunta

Na véspera, a chancelaria russa havia afirmado que Lavrov, Kerry e o enviado diplomático da ONUpara a crise síria, Lakhdar Brahimi, concordaram que só uma solução política poderia acabar com a violência no país em guerra civil.

O ministério russo disse em comunicado que os três concordaram em se reunir novamente em Nova York, à margem da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no fim deste mês, para mais negociações sobre a realização de uma conferência internacional de paz para a Síria.

Os EUA, apoiados pelas potências ocidentais, afirmam que o regime sírio é responsável pelas mortes de 1.429 civis em um ataque em 21 de agosto, na periferia de Damasco, provavelmente pelo uso de gás sarin.

O regime de Assad nega autoria e culpa pelo incidente os rebeldes “terroristas”, ligados à rede da Al-Qaeda, que tentam derrubar o governo, em uma guerra civil que já dura 30 meses e provocou mais de 110 mil mortes e uma grande crise humanitária e política na região.

Uma iniciativa diplomática iniciada pela Rússia tenta fazer que a Síria entregue seu arsenal químico à comunidade internacional.

Os EUA haviam dado crédito à proposta russa, mas mantêm a ameaça de atacar militarmente a Síria em represália ao suposto uso de armas químicas. (Reuters)

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