Evento da FPI discute importância da preservação dos patrimônios ambiental e cultural

 

Foi realizado, durante toda esta terça-feira (29.11), no Auditório Memorial da Chesf, em Paulo Afonso, o encontro ‘O que é Patrimônio Cultural’. Coordenado pela FPI (Fiscalização Preventiva Integrada) da Bahia, Alagoas e Sergipe, o evento reuniu sociedade civil e representantes de conselhos e secretarias municipais de Santa Brígida, Abaré, Macururé e Glória, para discutir a importância do preservação do patrimônio cultural e sua interface com o meio ambiente.

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Casa da Fazenda Fabrício no município de Chorrocho

A programação abriu com palestra da advogada e turismóloga Roberta Ventura, gerente de Patrimônio Material do Ipac (Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia), sobre a patrimonialização dos bens tombados e seus efeitos. Em seguida, a arquiteta e urbanista Silvana Maria dos Santos, subgerente de Projetos do Ipac, falou sobre intervenções no bem tombado.

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Luciana Khoury, promotora MP-BA

A defesa do patrimônio espeleológico foi tema de Admir Brunelli, espeleólogo e colaborador da FPI. Ele frisou que a espeleologia – o estudo da formação e constituição de grutas e cavernas naturais – é relativamente novo no Brasil. Ainda segundo Admir, o Brasil possui um enorme potencial espeleológico, com cavernas e grutas espalhadas por todo o seu território. Essa semana, a equipe de espeleologia da FPI, coordenada por ele, encontrou uma gruta ainda não identificada no Plano de Cavernas, que, ao que tudo indica, foi usada por Lampião e seu bando como esconderijo. No local, os fiscais identificaram latas de tinta usadas por visitantes para pichação. “Somos privilegiados com todo esse patrimônio, por isso, precisamos cuidar dessas riquezas”, destacou.

 

Atuação do MP

A tarde contou com explanação do arquiteto e urbanista Diogo Vasoncellos e do historiador Miguel Santana Soares, ambos analistas do MP-BA e Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (Nudephac). Os técnicos debateram a atuação do MP na defesa do patrimônio cultural. Em seguida, a arqueóloga e professora da Universidade Estadual da Bahia (Uneb), Maria Cleionice de Souza Vergne, abordou a defesa do ptrimônio arqueológico.

Luciana Khoury, promotora do Ministério Público (MP) da Bahia e coordenadora do Núcleo de Defesa da Bacia do São Francisco (Nusf), fechou o encontro com o tema ‘Licenciamento e fiscalização ambiental e a defesa do patrimônio cultural’. “O meio ambiente não é apenas a natureza. É preciso entendê-lo na sua integridade, compreendê-lo aliado ao ambiente cultural, para conseguirmos identificar o nosso patrimônio, o que precisa ser preservado, o que forma nossa identidade. Só para citar um exemplo: aqui na nossa região, nós temos a ararinha azul, que só tem por aqui, e nem sempre nos damos conta desse importante patrimônio”, explicou ela.

Para o secretário de Cultura e Turismo do município de Santa Brígida, Edson Manoel, que esteve na plateia, o evento foi de fundamental importância: “Quando se fala de cultura e turismo, é preciso que se crie um elo com as instâncias ambientais, e são momentos como esse que nos aproximam. É nesse somar que contribuímos para o futuro”.

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