Ex-diretor do INPE exonerado por Bolsonaro é premiado por responsabilidade científica

Ex-diretor do INPE exonerado por Bolsonaro é premiado por responsabilidade científica

Foto: Arquivo Pessoal

O físico Ricardo Galvão, ex-diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) foi contemplado com o prêmio internacional de Liberdade e Responsabilidade Científica, nessa segunda-feira (8). O prêmio em questão foi concedido pela Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS).

“O professor Galvão defendeu a ciência sólida em face da hostilidade. Ele agiu para proteger o bem-estar do povo brasileiro e da imensa maravilha natural que é a floresta amazônica, um patrimônio mundial”, disse Jessica Wyndham, diretora do Programa de Responsabilidade Científica, Direitos Humanos e Direito da AAAS, segundo o jornal O Estado de S. Paulo.

Galvão foi exonerado do Inpe pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), em 2019, por ter defendido os dados de desmatamento da Amazônia apresentados pela instituição. Na época, os números indicaram aumento na devastação e Bolsonaro reagiu dizendo que eram mentirosos. O chefe do Executivo chegou a insinuar que o físico estaria “a serviço de alguma ONG”.

O então diretor, por sua vez, defendeu o Inpe e acusou Bolsonaro de tomar uma “atitude pusilânime e covarde”. Duas semanas de embates depois, ele perdeu o cargo.

A publicação lembra que a saída de Galvão não mudou o cenário na floresta amazônica. Os dados produzidos pelo Inpe e por outros institutos continuaram mostrando o aumento da devastação. De acordo com o jornal, nesses dois primeiros anos do governo Bolsonaro, a média de alertas de desmatamento na Amazônia foi de 82%.

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