Ex-jogador do Bahia admite embriaguez ao dirigir, mas diz que foi torturado por PMs
Jobson foi detido no início de julho, passando dois dias na prisão
O atacante Jobson falou pela primeira vez sobre sua prisão em Conceição do Araguia, no Pará, e acusou policiais militares de agressão, em entrevista exibida neste domingo (19) pelo Esporte Espetacular. O atacante admitiu que dirigia embriagado, mas afirmou que os PMs abusaram de poder ao detê-lo já em sua casa.
Jobson quando foi detido (Foto: Reprodução) |
“Fui surpreendido por dois soldados quando já estava em casa. Eles me agrediram. Bateram no meu rosto. Me arrastaram”, relatou o jogador na entrevista. “Foi tortura. Foi racismo.”
Jobson foi detido no início de julho, passando dois dias na prisão. Só foi liberado depois de pagar mais de R$ 7 mil em fiança e é investigado por direção perigosa, embriaguez ao dirigir e desacato à autoridade.
Na entrevista, Jobson diz que não faltou com respeito aos PMs e não resistiu à prisão. Para se defender das acusações, ele encaminhou imagens de sua prisão ao Ministério Público para que o caso seja apurado.
Nas imagens, Jobson aparece com o olho esquerdo inchado. Um vídeo mostra ele no chão sendo agredido por policiais – os PMs em questão foram afastados do trabalho de ruas.
Suspenso
Jobson está suspenso do futebol desde abril e, por isso, está em Conceição do Araguaia. Em março de 2014, ele jogava no Al-Ittihad, da Arábia Saudita, quando se recusou a fazer um exame antidoping. Por conta disso, foi impedido de jogar por quatro anos, punição que o jogador considera injusta.
Ele disse que não quis fazer o exame por temer que presidente do clube estivesse “armando contra ele”. “Estava em casa quando o pessoal da federação chegou”, contou Jobson. “Eu não ia não confiar. Decidi não fazer. Já estava com uma briga feia com o presidente por causa do meu pagamento. Achei que ele estava armando contra mim”, explicou.
Suspenso, Jobson deixou de jogar pelo Botafogo – o vínculo com o clube terminou em junho. Ele diz que a punição da Fifa causou muito sofrimento.”Já chorei muito. Desabafei e comecei a chorar. Espero que a Fifa reduza minha pena, que ela possa me ver como humano. Estão tirando o que eu mais gosto de fazer.”
Fonte: Correio