Garantindo ser um “gênio” do mercado financeiro, o ex-militar embolsou cerca de R$ 30 milhões de investidores captados tanto nas fileiras da PM quanto em outras forças, como na Polícia Federal. As informações são do portal Metrópoles.
Com a promessa de pagar mensalmente dividendos que alcançariam 5% do valor aportado, policiais chegaram a vender imóveis e contrair empréstimos consignados para despejar entre R$ 300 mil e R$ 500 mil nas contas da empresa do ex-soldado.
No entanto, o negócio montado e gerido pelo trader, de acordo com as vítimas, seria uma enorme pirâmide financeira que quebrou, deixando rastro de prejuízo.
Pelo menos nove ocorrências policiais foram registradas na 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, na 122ª DP, em Conceição de Macabu, e na Delegacia do Consumidor (Decon).
Apenas uma das vítimas, um engenheiro civil que acreditou no suposto potencial do trader, transferiu um total de R$ 595 mil. Ele perdeu todo o dinheiro.
Falso sucesso
Djair se apresentava como CEO da Dektos e pediu baixa da PMERJ ainda em 2021, mas anos antes já demonstrava nas redes sociais um estilo de vida incompatível com a função de soldado.
Vídeos e fotos de viagens internacionais, carrões superesportivos e jantares em restaurantes badalados eram publicados em suas redes sociais e chamavam a atenção de colegas de farda.
A ostentação era o chamariz para captar militares que queriam investir e supostamente ganhar altos rendimentos. O então militar havia montado um luxuoso escritório para as operações financeiras em um prédio no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.
Um grande número de policiais militares e profissionais liberais de outras áreas começou a fazer parte da carteira de clientes de Djair, que garantia ter lucro entre R$ 10 mil e R$ 20 mil todos os dias operando no mercado financeiro.
Outro lado
O Ex-PM afirmou que existe um procedimento investigatório em andamento e que está “muito tranquilo a respeito das acusações”. Djair ressaltou que sua empesa não quebrou e segue operando normalmente.
O ex-militar se defendeu afirmando que duas pessoas que o acusam de golpe eram funcionárias dele e receberam valores equivalentes ou superiores ao montante que aportaram na empresa. Djair ressaltou que possui comprovantes de transferências que superam os valores aportados pelos clientes.
Por fim, o trader destacou que a alegação de que deu golpe em milhões não é real: “Todos que investiram na empresa eram funcionários (95%) e os demais, parentes meus ou amigos muito próximos. A empresa segue em atividade e sigo pagando a outras pessoas normalmente. Essas pessoas que me acusam, querem receber valores incompatíveis com o que é devido e eu estou aguardando a decisão da justiça. Porém a maioria não entra no âmbito civil para que seja discutido pois o real motivo é que estão tentando usar o Judiciário para me coagir”, finalizou.