O ex-vereador Jair Barbosa Tavares, conhecido como Zico Bacana foi baleado na cabeça em Guadalupe, bairro da Zona Norte do Rio que faz parte de sua área de atuação, na tarde de ontem, e morreu. De acordo com o Hospital Municipal Albert Schweitzer, o ex-parlamentar deu entrada já em óbito, às 17h50. Segundo a Polícia Militar, além do ex-deputado, outras duas pessoas foram baleadas. O irmão do ex-parlamentar, Jorge Barbosa Tavares, também morreu.
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 41º BPM (Irajá) foram acionados para atender ocorrência de disparos de arma de fogo. No local, segundo a corporação, um veículo não identificado parou em um estabelecimento comercial e seus ocupantes realizaram disparos contra o grupo de homens, que estava numa loja. O Corpo de Bombeiros foi acionado para atender os baleados na Rua Enéas Martins, em Guadalupe, pouco depois das 17h.
Zico Bacana foi eleito vereador nas eleições de 2016, pelo PHS, ocupando o cargo entre 2017 e 2020. No último pleito, concorrendo pelo Podemos, ficou como suplente. Durante o mandato, ele também levou um tiro na cabeça, mas de raspão, enquanto estava em um bar, em 2020.
Na ocasião, homens saltaram de dois carros e passaram a atirar contra Zico, que reagiu. Seguranças que estavam com ele também atiraram. Peritos encontraram 15 marcas de disparos no carro blindado de Zico, que estava estacionado a poucos metros do bar. No chão do estabelecimento comercial, foram encontradas 35 cápsulas de munição. Dois homens foram mortos no tiroteio à época. Um deles era Davison Ferreira da Silva, o Da Roça, integrante do tráfico da favela Final Feliz, uma das que formam o Complexo do Chapadão, e teria participado do ataque.
Em 2008, antes de ser eleito, foi citado na CPI das Milícias como um dos chefes de grupos paramilitares que atuavam na região de Guadalupe e Ricardo de Albuquerque, mas nunca foi sequer indiciado. Ele também prestou depoimento um mês após a morte de Marielle Franco. Na época, a DH investigava a presença de milicianos entre seus assessores. Zico e Marielle foram eleitos pela primeira vez em 2015 e ambos ocupavam gabinetes no sétimo andar da Casa na época do crime. Ele sempre negou qualquer relação com o crime.
“Queria que elucidassem esse caso o mais rapidamente possível, para mostrar o verdadeiro autor. Espero que descubram quem fez isso”, afirmou Zico Bacana ao sair da delegacia, à época, após 4 horas de depoimento.