Exército se prepara para tocar obras de ferrovias

Dyelle Menezes

O Exército deve fazer parte do esforço do governo federal para investir R$ 86,4 bilhões em ferrovias. O comando já possui à disposição 27 km, de São Francisco do Sul à Joinville, para a implantação de trecho ferroviário. O Departamento de Engenharia e Construção (DEC) do Comando do Exército, considera que a oportunidade representa a “Volta aos Trilhos”, visto que a Força possui histórica relação com esse tipo de obra.

FERROVIA-NORTE-SUL-ANAPOLIS-GOComo, no passado, as unidades de engenharia do Exército possuíam a responsabilidade sobre esses empreendimentos, a atual base doutrinária das instituições militares permite a realização de infraestrutura ferroviária, entre outras, não sendo necessária qualquer alteração dentro desse escopo.

Por outro lado, o DEC afirmou que trabalha para serem ampliados os horizontes das obras a cargo do Sistema de Obras de Cooperação, buscando oportunidades no emprego dos batalhões no modário ferroviário. O objetivo é promover o contínuo adestramento e reequipamento do sistema de engenharia já que o país volta a projetar a necessidade da retomada de investimentos nessa área.

“Em função da carência de logística de transporte em ferrovias, de custos sabidamente mais baixos que o modal rodoviário”, afirma o Departamento.

De acordo com o DEC, estão sendo realizadas reuniões internas e contatos com órgãos públicos ligados ao tema. O intuito é serem estudadas possibilidades de emprego dos batalhões a partir de prévia preparação dos quadros e tropa por meio da aquisição de novos equipamentos e reciclagem do pessoal.

O Departamento já realizou atividade semelhante, com o empreendimento nas obras envolvendo patrimônio rígido na BR-101 Nordeste. “Há poucos anos nos preparamos para essa obra. Na oportunidade foi realizado o trabalho de excelência técnica após breve período de aprendizagem”, aponta.

Com o anúncio de investimentos para ferrovias no montante de R$ 86 bilhões, distribuídos ao longo do país, o Departamento de Engenharia e Construção, vislumbrou a possibilidade de ampliar o Sistema de Obras de Cooperação, que já conta com 25 empreendimentos do Programa de Aceleração do Crescimento e participar também desse esforço.

“Dessa forma, iremos aliar os valores históricos – como reconhecimento para com os militares que nos precederam – com projeções que podem levar a “volta aos trilhos” de uma importante força de trabalho no sistema de engenharia do Exército”, explica.

O primeiro passo foi a proposta do DEC, encaminhada ao Estado Maior do Exército, visando retomar a denominação de batalhões ferroviários para as organizações militares de Engenharia. “A história dos antigos ferroviários pode conduzir à retomada da necessária qualificação e adestramento dos quadros e da tropa em obras ferroviárias em contribuição ao desenvolvimento nacional”, explica a unidade.

“Temos a expertise e agora trata-se de usarmos esse ativo. A proposta está aprovada e os batalhões voltarão a ter a denominação de batalhões ferroviários” afirmou o comandante do Exército, General Villas Boas.

O General Villas Boas ressaltou que desconhece outro país que tenha, na estrutura de Defesa e do Exército, vertente de engenharia de construção como o Brasil. “Estamos iniciando, para valer, o resgate da engenharia do Exército”, afirmou.

Fonte: Contas Abertas

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