Faculdade de Medicina será construída em área do Delta Park; mas polêmica imobiliária assusta

Da Redação

A polêmica sobre a construção da Faculdade de Medicina em Juazeiro pela Universidade Estácio de Sá continua dando muito pano na manga. Na Câmara de vereadores, alguns edis já desconfiam de possível acordo para que empresários do ramo imobiliário estejam se dando bem com o andamento das negociações. Na última sessão do dia 2 de maio os discursos foram acalorados.  Por outro lado, o movimento ‘A faculdade é nossa’ luta por um objetivo que a cada dia se torna impossível, pois já foi decidido que a unidade será construída no Delta Park, mas com tamanho inferior ao que constava no projeto do bairro João Paulo II.

Começo decadente

O ex-vereador e proprietário da policlina São Lucas, localizada no bairro Jardim Flórida, Dalmir Pedra gravou áudio informando sobre o andamento do processo. “Dentre algumas discussões que estou tendo com o pessoal da Estácio de Sá, existe algo que me deixa um pouco preocupado, pois realmente a Estácio não colocará a faculdade no João Paulo II, pois terminou por escolher o local do Delta Park”. Dalmir afirmou ainda existia dois pré-contratos sobre convênios com o campus da Estácio. “Antes existiram dois pré-contratos, sendo que um foi no Jardim Flórida e o outro no João Paulo II”. Depois tantas atrapalhadas pelo caminho, a Estácio decidiu reduzir o tamanho da estrutura em Juazeiro pretendendo espalhar as unidades de ensino pela cidade. “Eles reduziram, não será mais o Campus da Estácio no Delta, apenas uma unidade de 3 mil metros. O projeto foi alterado, e se tem a ideia de pulverizar pela cidade outras unidades de ensino, conforme vai se formando o curso”, informou.

Ex-vereador e empresário Dalmir Pedra

Negócios

Como empresário do ramo imobiliário e hospitalar, Dalmir afirma que solicitou da Estácio “que se fizesse o compromisso de se colocar no bairro João Paulo II, que a empresa da gente doaria um local para o trabalho do convênio São Lucas, e a Estácio para a Unidade de Atendimento de Ginecologia que é uma das especialidades mais deficitárias aqui no município de Juazeiro. A parte de coordenação médica da Estácio concordou”.

Mais avanços

Em outra outra gravação, Dalmir afirma que foi a pessoa que mais teve prejuízo financeiro com relação a licitação. “Primeiro porque eu tenho um pré-contrato com o terreno ou com o hospital de locação, e eu fiquei com este prédio construído que já tem mais de 3 anos para funcionar. Hoje estou tendo a maior dificuldade  frente a questão do alvará para renovar – principalmente nesta fase que vai se abrir os credenciamentos. Não sou uma pessoa de temer, mas de ir para a luta, e que jamais queria ser o pivô para que a faculdade não venha. Pois a Estácio alegou se houver manifestação, desistirá do processo.” Ele afirmou que o Governo Federal tem conhecimento da situação. “Segundo informações, não cabe mais segundo lugar porque já houve uma manifestação do Ministério da Educação”.

Quem está por trás da Delta?

A área onde foi comercializada vários lotes no Delta Park causou um grande prejuízo para os investidores no passado. Diante de muita propaganda enganosa e com problemas na justiça para ganhar concorrência com outros empresários do ramo, a Delta começou o seu investimento no ano de 2012, mas que até o momento não construiu uma casa no local.

Alan Jones

“Aquele local não vai para frente e eu tinha um terreno lá e pedi rescisão de contrato justamente porque acho que não vai funcionar é nada lá”, alertou o vereador Alan Jones (PTC) na sessão ordinária da Câmara de Juazeiro no último dia 2.

Beneficiários 

Por sua vez, o empresário Dalmir Pedra afirmou ainda na gravação que “o valor a ser cobrado para ser instalado no Delta será ínfimo em comparação ao João Paulo II e ao Shopping Juá Garden. Então eu Dalmir – que tenho um pré-contrato – não tenho condições de construir um prédio do modo que eles querem, e doar, mas caso conseguisse, poderíamos mudar o jogo, mas a questão é financeira, mas superando isso se pode beneficiar vários bairros como se ter a policlina escola no Jardim Flórida, a policlínica escola em ginecologia no João Paulo II, e o campus, inicialmente no Delta, mas quem saiba um outro campus das outras áreas de humanas na área do João Paulo II”.

De boa

A proposta apresentada pela Estácio de Sá foi aceita por Dalmir numa boa. “Então vamos com esta proposta porque não podemos ser um empecilho, já acho que foi uma grande vitória em não ter ido para o shopping e uma vitória do povo do João Paulo II em levar serviços para eles”.

Ironia

Dalmir aproveitou para falar sobre a empresa Delta. “Uma empresa privada vai receber recursos, que também não está disposta a manchar seu nome, e ai a gente pode se perder na questão política no afã das coisas ‘pois estou muito preocupado'”. Ele diz ter conversado com o pessoal que faz parte da comissão ‘A Faculdade é nossa’.   “Eu tenho conversado com o pessoal do João Paulo sobre o local por ter passado imagens sobre inundamento, ser próximo ao presidio, uma série de fatores de infraestrutura, mas nada disso conseguiu mudar o desejo e a vontade deles. A unica coisa que me restava era entrar com uma indenização, por conta do terreno que eu esperei, mas isso é uma coisa muito pequena e não ia acrescenta em nada (…) Eu acho que é hora de repensar, discutir com o município para tentar viabilizar uma unidade de saúde já que firmamos este convenio com a Estácio para que o São Lucas possa construir uma estrutura hospitalar e o município fazer convenio, também, com o São Lucas via Estácio e credenciar os outros convênios que pretendemos fazer”. informou.

Mais 

Dalmir relatou que estava de viagem a capital baiana, isso porque a direção do Hospital São Lucas teria conseguido um credenciamento na área de ortopedia para Juazeiro, mas que o governador Rui Costa não estava interessado. “Eu vou com os deputados do PP, o vice-governador João Leão para que este serviço não deixe de ser realidade, e que o São Lucas – construído no Jardim Flórida – para que tenha este convênio”.

Charles Leal

Ainda na Câmara de Vereadores, mesmo havendo só vereadores de situação, o existe uma resistência por parte de alguns que não aceitam o processo que está sendo utilizado em retirar o projeto de construção do João Paulo II. “Sou muito claro e transparente e gosto de dizer o que sinto, a transferência desta faculdade está sendo de interesse maior do que o do povo, e isso não pode existir, o povo é maior do que 1, 2 ou 3 empresários vão se beneficiar. A instalação da faculdade é uma luta de todos nós vamos até o final”, ameaçou o vereador Charles Leal durante sessão ordinária do dia 2 deste mês.

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