Fama local, atividades com europeus e dificuldades com o eslovaco: A vida dos tricolores do Flu-Samorín

Os jogadores do Samorín entram em campo com a camisa tricolor: parte da parceria com o Fluminense
Os jogadores do Samorín entram em campo com a camisa tricolor: parte da parceria com o Fluminense 
Rafael Oliveira

Uma palavra bem brasileira invadiu a pequena Samorín, na Eslováquia: Fluminense. É no clube que leva o mesmo nome da cidade que o Tricolor toca um projeto ambicioso: ter uma filial europeia. Uma empreitada cercada de expectativa e desafios.

Desde julho, o Samorín disputa a segunda divisão eslovaca com escudo e jogadores do Fluminense. A camisa principal é azul e branca. Já a de número 2, tricolor — não aproveitada nas Laranjeiras após a troca de fornecedor.

O começo tem sido animador: o Samorín é o segundo de seu grupo. O plano é levar a equipe para a elite nacional e, em até quatro anos, para a Liga Europa. Para os jogadores, serve como uma última etapa antes de atuar pelo profissional das Laranjeiras.

— Um dos objetivos é levar os meninos do Brasil para trabalhar o lado humano. E também aprender com o futebol europeu — explicou o gerente da base tricolor, Marcelo Teixeira.

Xerém é outra palavra que faz sucesso por lá. Os nove representantes da base tricolor (oito brasileiros e um argentino) vêm se adaptando bem ao clube e aos companheiros.

— A gente passa tarefas, como ir ao supermercado com os europeus. Treino em duplas, nunca só entre brasileiros — conta o diretor esportivo Marco Manso: — Fazemos uma pré-lista dos costumes culturais, do clima… Antes de desembarcar, todos já têm essas orientações. Assim, se adaptam o mais rápido possível e não ficam ligados nos horários e nos costumes do Brasil.

Brasileiros viram celebridades

As promessas tricolores vêm fazendo bonito na Eslováquia. São de Xerém o artilheiro (Peu, com sete gols) e o camisa 10 (Luquinha). Na cidade, já são até tratados como celebridades.

— Achei o clima bem diferente, é frio. Às vezes é difícil fazer o aquecimento. Mas chegamos há três meses e já estamos nos adaptando. A cidade nos acolheu bem. O pessoal nos para na rua, sabe o nosso nome, pede autógrafo e foto — conta Luquinha, que sofre com o idioma eslovaco: — Não são todos que falam inglês. Temos que nos virar. Aprendi “oi”, “tudo bem?”, coisas simples.

Dentro do clube, a língua é o inglês. E os jogadores recebem aulas três vezes por semana. Os treinos são no moderno X-bionic Sphere, complexo erguido por um milionário local. Pelo acordo, o Fluminense tem até dezembro para comprar 77% do Samorín. O valor é de 250 mil euros (cerca de R$ 885 mil). A parceria depende disso.

 

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