Febre do Oropouche: Pernambuco confirma mais 59 casos, e total sobe para 72

Zona da Mata do Estado concentra a maior quantidade de registros

Febre do Oropouche é disseminada pelo mosquito conhecido como maruim
Febre do Oropouche é disseminada pelo mosquito conhecido como maruim – Foto: Flávio Carvalho/WMP/Fiocruz
Pernambuco confirmou, nesta quarta-feira (17), mais 59 casos de febre do Oropouche, segundo informou a Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE). Com os novos registros, o total subiu para 72.

O vírus Oropouche, acrescenta a SES-PE, foi isolado e identificado em pacientes de 13 municípios pernambucanos: Jaqueira, Pombos, Palmares, Água Preta, Moreno, Xexéu, Maraial, Cabo de Santo Agostinho, Rio Formoso, Timbaúba, Itamaracá, Jaboatão dos Guararapes, Catende e Camaragibe.

A positividade no total de amostras é de 6,5% — até agora, 1.107 exames foram realizados pelo Laboratório Central de Pernambuco (Lacen/PE).

As análises são feitas por exame de PCR em tempo real. A SES-PE explica que, assim que há a negatividade nos resultados para dengue, zika e chikungunya, é feito o teste para o Oropouche. Todo o procedimento segue as orientações do Ministério da Saúde (MS).

A diretora do Lacen-PE, Keilla Paz, explica que tem sido muito importante a realização desses testes.

“O resultado traz um alerta sobre a importância da vigilância laboratorial que deve funcionar de forma rotineira para identificação de arbovírus circulantes na região, que muitas vezes são subnotificados nos sistemas de vigilância em saúde pública”, ressaltou.

Na semana passada, a SES-PE informou que investiga uma possível relação de uma morte de um feto de 30 semanas ao Oropouche.

O caso, que aconteceu em Rio Formoso, na Mata Sul, é inédito na literatura científica e está sendo debatido com especialistas.

A febre é transmitida principalmente pelo mosquito maruim e pela muriçoca, e que tem sintomas parecidos aos da dengue e chikungunya.

Mais casos em regiões mais úmidas
O diretor-geral de Vigilância Ambiental da SES-PE, Eduardo Bezerra, explica que a predominância de casos na Zona da Mata se dá porque o vírus tem maior ocorrência em regiões mais úmidas.

“O crescimento dos casos pode estar relacionado ao comportamento que as arboviroses já apresentam em sua sazonalidade, além de uma sensibilidade maior dos municípios no registro de pessoas sintomáticas”, alertou.

Febre do oropoucheFebre do Oropouche causa alerta na saúde pública | Foto: Sesab/Divulgação

Febre do Oropouche
Causada por um arbovírus, diferente da dengue, zika e chikungunya, seu vetor não é o Aedes aegypti e sim o maruim (culicoide) e a muriçoca (culicídeo).

Em termos de enfrentamento vetorial, esse fato apresenta uma dificuldade maior para a saúde pública. Mais afeitos a água com muito material orgânico, tanto o maruim quanto a muriçoca usam de mangues, alagados, várzeas, água acumulada em área com muitas folhas caídas, cultivo de bananeiras, além de área com esgoto a céu aberto, coleta de lixo ineficiente ou terrenos baldios.

Em função disso, é preciso haver um cuidado maior no sentido de evitar a exposição a picadas. O uso de roupas que protejam a pele de exposição, sobretudo nos horários de penumbra (ao amanhecer e ao anoitecer), quando os vetores se mostram mais ativos.

Além disso, o uso de repelentes adequados e o cuidado com o acúmulo de lixo, também ajudam a evitar o contato com os insetos. Reforçamos ainda que não há enfrentamento vetorial químico possível, uma vez que fumacê e aplicação local de larvicidas e adulticidas não são efetivos.

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