Federais ocupam ruas de Juazeiro fazendo graves denúncias
Da Redação
Policiais federais em greve durante os três dias foram às ruas neste 7 de setembro em todos o país para alertar a população sobre o esvaziamento do órgão por parte do Governo Federal. Há seis anos tentando negociar a reestrutura da carreira, dentre outras coisas, eles se sentiram obrigados a denunciar problemas relacionados à questão de saúde, assédio moral, suicídios, funcionários sendo obrigados a deixarem seus postos de serviços à procura de outros empregos, dentre outras coisas.
Mas o que mais chamou a atenção da população, inclusive em Juazeiro da Bahia, foi a grave denuncia de que 90% das investigações feitas pela Polícia Federal existem a influência direta – ou o controle por parte de políticos. Em Juazeiro duas operações foram realizadas durante o período de campanha: ‘Boca de Lobo’ acusando o ex-prefeito Misael Aguilar (PMDB) e outras pessoas pelo suposto desvio de R$ 14 milhões do saneamento do bairro Itaberaba. Na operação algumas pessoas foram presas. Outra operação foi a ‘Detalhes’, que tem como acusado o deputado estadual Roberto Carlos (PDT) por formação de quadrilha, peculato e outros crimes. Isso significa que provavelmente não tenha acontecido influência política nestes dois casos.
Durante o desfile foram distribuídos 5 mil panfletos denunciando a recente pesquisa feita pela Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) que aponta o controle político nas investigações. A pesquisa mostra ainda que 94% dos policiais entrevistados acreditam que a falta de investimentos na PF é um castigo pelas investigações sobre corrupção. A queda de investimentos nos últimos anos é grande. Além do mais, a Federação e o Sindicato afirmam que é grande as denuncias de relotações arbitrárias de investigadores experientes, que são removidos de investigações em andamento, sem maiores motivos.
Segundo o diretor regional do Sindipol em Juazeiro, Alexandre Lins, no dia de comemoração ao aniversário da pátria, a categoria não poderia deixar de fazer o alerta à população. “Não podemos deixar que uma instituição que goza de grande confiança e respeito da população seja totalmente esvaziada pelo governo. As dificuldades instaladas dentro órgão são enormes. Hoje o governo tem direcionado sua atenção para outras áreas deixando acéfala a questão de segurança colocando em risco a vida de milhões de brasileiros”.
O sindicalista informou ainda sobre a ajuda de outras polícias. “Na luta contra o crime, a Policia Federal tem contato com o apoio e parceria das policias civil e militar. O nosso contingente é pouco para atender quase 50 municípios na região”.
Ele agradeceu o apoio que tem recebido da população. “Em nome da categoria agradeço a todas as pessoas que estão ao nosso favor, torcendo para que esse impasse seja resolvido o mais breve”.
A partir deste domingo (08) todos os policiais retornarão as suas atividades mesmo o Governo Federal não sinalizando qualquer tipo de acordo. “Ele está ignorando nosso movimento. Foram três dias de greve, a partir de amanhã retomaremos as nossas atividades, mesmo assim continuaremos em estado de greve o que pode ocorrer uma paralisação por tempo indeterminado caso não haja uma negociação”.
Segundo o pedagogo Antonio Alves da Cruz, o movimento dos policiais é mais do que justo. “O Governo Dilma deveria respeitar a categoria dos policiais. Hoje a sua preocupação é querer aparecer nos holofotes com relação à questão das denúncias de espionagem dela e de seus assessores pelos EUA. O desgoverno Dilma está abrindo as portas da fronteira para que armas e drogas entrem no país devido a essa falta de vergonha em não resolver os problemas da Polícia Federal”, desabafa.
“É vergonhoso o Governo Federal desviar sua atenção para com a segurança deixando que a coisa chegue a esse quadro. Se aqui em Juazeiro a situação é grave imagine no país. A presidente Dilma só está preocupada em sua reeleição e mais nada. Ou quem saiba em defender sua companheirada que está prestes a ir para há gaiola esses dias”, acrescentou o representante do sindicato dos Professores, Antonio Carlos.