Fernando Bezerra discute com jornalistas em debate sobre a transposição

Fernando Bezerra

Grazzielli Brito – Ação Popular

O Ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, esteve na manhã de hoje (14/12), nos estúdios da Rádio Jornal do Comércio, em Recife – PE, onde enfrentou o apresentador Geraldo Freire, a jornalista Ângela Belfort e Aldo Vilela em um debate acalorado, sobre o polêmico tema das obras de transposição do Rio São Francisco.

O ministro foi provocado por Geraldo Freire, quando ouviu do apresentador, que Julio Lóssio, prefeito reeleito em Petrolina, cidade natal do ministro, derrotando nas urnas seu filho Fernando Filho, declarou certa vez em seu programa, que a obra de transposição é inviável e seria como as grandes pirâmides do Egito, grandiosas, dispendiosas e que não trouxe beneficio para a população.

O ministro rebateu dizendo que lamentava as declarações do prefeito. “É uma obra de grande significado. Esses questionamentos sobre realização da obra estão vencidos. Hoje ela é irreversível, enfrentou bispo fazendo greve de fome, movimentos de artistas que são contrários e hoje estou aqui nesse programa falando sobre a obra”, respondeu.

Devido a forte discussão travada entre os participantes do debate, no primeiro bloco, ficou até difícil para o ouvinte entender quem falava e o que dizia, a todo o momento os interlocutores se interrompiam e o que se ouvia era ‘deixa eu falar agora’, ‘posso falar?’, ‘não interrompa’, isso em ânimos bastante exaltados.

A jornalista Ângela Belfort e o ministro foram os protagonistas dos maiores enfrentamentos de opinião. A jornalista indagou o porquê de a obra estar paralisada, e ele disse que existiam trechos em nível acelerado. “Essa obra é devagar, quase parando”, disse Ângela.

Justificando a demora de conclusão da obra e os diversos prazos de entrega, sem sucesso o ministro citou projetos de transposição de águas em outros países que demoraram entre 10 e 40 anos, mas admitiu que o projeto inicial foi ineficaz. “O projeto básico se revelou insuficiente para a realidade encontrada, esperava-se um solo era outro, esperava-se jazidas e não apareceram. Toda obra tem isso”, arriscando mais um prazo de conclusão da obra disse “Queremos entregar a obra toda no final de 2015, mas já vamos ter água nos dois trechos já em 2014”.

O jornalista Aldo Vilela declarou que a transposição não vai ser a solução para todos os problemas da seca e que sente a ausência das ações dos governos para minimizar o sofrimento ocasionado pela seca e criticou as cisternas de polietileno distribuídas pelo governo federal dizendo até que elas eram devolvidas por alguns prefeitos o que irritou o ministro. “Isso não é verdade não conheço nenhum município que tenha devolvido qualquer cisterna”.

O clima ficou tenso quando a Ângela disse lamentar a escolha da Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco – CODEVASF, para gerir o projeto, uma vez que ela não é boa gestora que tem vários problemas em projetos em andamento e já realizados. “As más línguas falam que ela foi escolhida pela sua ligação com a CODEVASF e que ela é composta por indicações políticas”.

O ministro rebateu veementemente a critica, negou influencia sobre o órgão e assegurou a idoneidade da CODEVASF.

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