Flamengo mais maduro e sem ilusões: ‘Ainda não podemos pensar em G-4’, diz Elias
O lema do Flamengo é simplicidade e humildade. Adjetivos que descrevem a postura da equipe e de seu novo comandante, o invicto Jayme de Almeida. Com o treinador à frente, a delegação chegou ao Rio com inéditas duas vitórias seguidas na bagagem, minutos depois da banda do cantor Thiaguinho, que vestia camisas com a marca “Ousadia e alegria”. Nas palavras dos jogadores no aeroporto, pensar em alçar voos mais altos ainda é o único tabu.
— Ainda não podemos pensar em G-4. Tem que ter tranquilidade, humildade. Não ganhamos nada. O Vasco vai ser jogo duro, é um confronto direto. Vamos tentar vencer para abrir distância da zona de rebaixamento — disse Elias, mantendo os pés no chão apesar da subida na tabela, de décimo quinto para décimo primeiro.
O sentimento de alívio, no entanto, estava claro no rosto dos atletas. A angústia por não conseguir uma sequência positiva passou, e o ânimo para o clássico é grande. Mas sempre com as lições dos últimos obstáculos.
— Estamos mais leves, mais tranquilos. A gente estava fazendo um bom trabalho, mas não conseguia vencer. Saíamos na frente em alguns jogos e não mantivemos o placar. Agora é ter maturidade — pediu Elias.
O comportamento do time contra o Coritiba foi notável nesse sentido. Com o adversário sob pressão, o Flamengo não se afobou e venceu com autoridade. A estratégia para encarar o Vasco é a mesma, como disse Hernane.
— É a mesma coisa, eles não estão em situação boa e contra eles vamos entrar com mais força ainda — avisou.
A receita do chefe
Enquanto fora de campo a diretoria tenta colocar os direitos de imagem dos jogadores em dia, dentro das quatro linhas a receita de Jayme de Almeida para os jogadores corresponderem foi simples: confiança e um apelo para jogar com o coração.
— O time assimilou bem o que o treinador pediu. O Jayme passa confiança para os jogadores, acho que isso que estava faltando — disse André Santos, que voltou a jogar bem após a saída do técnico Mano Menezes.
Os outros jogadores, coincidência ou não, relatam os mesmos conselhos de Jayme de Almeida. Dicas de quem sabe o que a torcida quer ver.
— O Jayme falava para a gente jogar com raça e vontade que as vitórias sairiam — disse Hernane, que correu quase nove quilômetros na vitória sobre o Coritiba.
— Ele passou confiança, disse pra jogar com o coração, para ninguém se esconder no momento difícil. Aí o futebol está aparecendo — complementou Amaral, que ganhou uma nova chance com a troca de comando.
Aliás, a única mudança. Desde que assumiu o time contra o Náutico, Jayme manteve a base do time e repetiu mesmo após o empate sem gols com o lanterna. Hoje, acabam as inscrições para o Brasileiro e o Flamengo não deve surpreender com reforços. É Jayme e mais onze. Extra