Futebol é espetáculo, mas acima de tudo é bola na rede. Logo, ter quase 70% de posse de bola e nenhuma finalização com perigo a gol é um “falso domínio”. Foi esse o resumo da atuação do Fluminense na derrota acachapante para o Corinthians, por 3 a 0, pelo Brasileiro, em São Paulo. Com um esquema improdutivo e inofensivo, ter o controle do jogo foi em vão.
Com dois gols de Wesley e um de Cacá, os donos da casa respeitaram o manual dos adversários da equipe de Fernando Diniz. Pressionaram a saída de bola até o erro fatal. Depois de Cano entregar o ouro e Felipe Melo salvar, houve ainda uma bola na trave. Na sequência, Wesley apareceu. Com um chutaço de longe e um golaço em cima da zaga tricolor, resolveu o jogo em dois minutos.
O resultado deixa o Fluminense próximo da zona de rebaixamento, na décima quinta posição. Na quarta-feira, a equipe inicia a disputa da terceira fase da Copa do Brasil, contra o Sampaio Corrêa, ainda em busca da regularidade perdida. E ela passa, essencialmente, pela perda de capacidade de ataque.
Time organizado, mas inofensivo
Embora tenha iniciado o jogo contra o Corinthians com saídas organizadas desde a defesa, faltava a ligação entre os setores de frente. Cano, Arias e Marquinhos foram pouco acionados, e quando a bola chegava não havia capacidade de reter no ataque e tentar entrar na defesa adversária. Não houve nenhuma finalização perigosa no primeiro tempo.
Na etapa final, o mesmo panorama, desta vez com a bola no campo de ataque. Ganso, o maestro do time, foi muito pouco efetivo nos passes. Sem André, o time também não teve força para arrastar a bola até a área e passou a insistir nos cruzamentos. Com ela no chão, nem por dentro, nem por fora, diante da ausência de Samuel Xavier, poupado. Marcelo, na esquerda, também era figurante.
Além da postura, o desempenho individual em geral foi ruim dos jogadores do meio para frente. Aos 35 minutos do primeiro tempo, Cano estava na área defensiva cometendo um erro que quase levou ao primeiro gol do Corinthians. Depois dos gols de Wesley, aos 38 e 40, o Fluminense tentou se manter organizado e com o mesmo estilo, mas só tocava bola como se esse fosse o objetivo fim de um jogo de futebol. Lima, escalado no meio, pouco contribuiu para uma criação mais aguda.
No segundo tempo, depois de levar o 3 a 0, o cenário não se alterou. E Diniz lançou Renato Augusto no lugar de Ganso. Com um placar confortável, o Corinthians impôs melhor marcação e não deu brechas para uma reação. O Fluminense tentou no desespero as bolas aéreas aleatórias, mas não teve sorte. Mesmo com a maior pressão no campo do adversário, passou a dar espaços para contragolpes e esteve mais perto de levar mais um gol do que de marcar o seu.