Folha quer uma Constituição para si e outra para Lula

A Folha de S. Paulo recorreu nos últimos dias ao direito de espernear frente às recorrentes recomendações do presidente Jair Bolsonaro para que não comprem produtos anunciados no jornal.

O jornalão paulistano vê violações à Constituição Federal da parte da autoridade nº 1, o presidente da República, que teria o dever de defendê-la.

A Folha acusa Bolsonaro de atacar os princípios da impessoalidade administrativa ao propor o boicote à empresa, bem como revogar os fundamentos da livre iniciativa.

O diabo é que a Folha defendeu em editorial, na sexta-feira (30), que o Supremo Tribunal Federal (STF) volte atrás da proibição da prisão após condenação em segunda instância.

Ao arrepio da lei e da ordem, a Folha quer Lula preso de novo para assegurar seus caprichos políticos e ideológicos bastante parecidos com os de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes e Sérgio Moro.

A Corte Máxima decidiu no mês passado ser impossível a antecipação da pena sem o trânsito em julgado, ou seja, até o esgotamento dos recursos nas instâncias superiores, em atenção ao princípio da presunção da inocência.

O STF, ao proibir a prisão em segunda instância, observou o art. 5º, inciso LVII, da Constituição, cláusula pétrea, que a Folha quer sua revogação (assim como Bolsonaro).

Ora, se direitos e garantias fundamentais podem ser retirados da Constituição Federal por que raios a “livre inciativa” (art. 170) e o “direito à propriedade” (art. 5º, XXII) também não podem ser relativizados?

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