“Forças Armadas se constituem como partido militar”, diz Breno Altman

Jornalista defende reforma estrutural nas Forças Armadas e critica articulação política com o setor

(Foto: Brasil247 | Marcos Corrêa/PR | ABR)
Durante uma entrevista ao Bom Dia 247, o jornalista Breno Altman afirmou que as Forças Armadas brasileiras historicamente atuam como um “partido militar”, exercendo influência política além de suas funções constitucionais. Para Altman, essa característica permanece inalterada mesmo após o período democrático inaugurado com a Constituição de 1988.

“A estrutura das Forças Armadas é mantida intacta. A tutela sobre o Estado continua existindo. Não houve uma reforma estrutural desde a redemocratização”, declarou.

Altman defendeu uma ampla reforma no setor militar, incluindo mudanças no sistema de promoção de oficiais, na formação educacional dos militares e na revisão do artigo 142 da Constituição Federal, que estabelece o papel das Forças Armadas na defesa do Estado e dos poderes constitucionais. “Esse artigo embute um elemento de tutela. Ele precisa ser extinto ou modificado para que se elimine qualquer ambiguidade”, explicou.

Sobre a atuação do governo Lula:

Altman criticou a gestão atual pela falta de enfrentamento ao que considera um problema estrutural nas relações entre o governo e os militares. “O governo parece ter decidido não colocar a mão nessa cumbuca”, afirmou. Segundo ele, a escolha de José Múcio Monteiro para o Ministério da Defesa reflete essa abordagem de evitar conflitos. “José Múcio foi indicado para dialogar com os militares, não para reformá-los.”

Ao comentar a prisão do general da reserva Walter Braga Netto, investigado por suposta participação em um plano golpista, Altman classificou o episódio como um avanço jurídico, mas insuficiente para resolver questões estruturais. “Estamos vendo serpentes sendo capturadas, mas o ninho das serpentes permanece intacto.” Assista:

 

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