Fósseis do ‘maior pterossauro jurássico do mundo’ são descobertos na Escócia
Os restos do dinossauro mostram que ele tinha uma envergadura de 2,5 metros ou mais quando habitou a região há 170 milhões de anos
Pesquisadores vêm descobrindo restos do que consideram ser o maior pterossauro jurássico do mundo durante escavações feitas na Escócia. O animal, que tem cerca de 2,5 metros ou mais de envergadura, viveu há mais de 170 milhões de anos no que hoje é a Ilha de Skye.
A descoberta foi apelidada de Dearc sgiathanach, o que significa “réptil alado” e “réptil de Skye” em gaélico escocês, e está bastante completa para um fóssil desse tipo, visto que é difícil de encontrar evidências dos enormes répteis voadores em sua totalidade, diante da fragilidade de sua estrutura.
“Provavelmente está cerca de 70% completo, o que é realmente excepcional para um pterossauro, porque essas coisas são muito difíceis de fossilizar”, explicou Steve Brusatte, coautor da pesquisa da Universidade de Edimburgo.
“Quando essa coisa vivia cerca de 170 milhões de anos atrás, era o maior animal que já voou, pelo menos que saibamos”, afirmou.
Os fósseis foram descobertos pela estudante de doutorado Amelia Penny em 2017 durante um trabalho de campo na Ilha de Skye. Segundo contou ao jornal britânico The Guardian, o crânio do dinossauro “não se parecia com nada que eu tivesse visto”.
“Cresci indo ao Museu de História Natural de Londres e lendo sobre as descobertas de fósseis de Mary Anning [paleontóloga] na Costa Jurássica — o que definitivamente influenciou minha decisão de me tornar paleontóloga”, disse Penny.
Ela completou: “Mas encontrar um novo réptil jurássico, especialmente um fóssil dessa importância, não é algo que eu ousaria esperar que pudesse acontecer comigo.”
Conhecido informalmente como pterodátilo, o animal também teve um modelo digital do seu cérebro desenvolvido pelos cientistas, revelando lobos ópticos muito grandes e sugerindo uma ótima visão.
Nas análises dos ossos, também foi possível perceber que o espécime provavelmente era de um adolescente, o que indica que um adulto poderia chegar a uma envergadura de mais de três metros.
A descoberta também lança luz sobre a evolução dos pterossauros, visto que a ciência não acreditava que eles pudessem alcançar tal tamanho até cerca de 25 milhões de anos depois, o que pode ter sido mudado com a nova pesquisa, publicada na revista Current Biology.
“Esta nova descoberta nos permitirá voltar às coleções mais antigas e entender muito melhor o que temos lá. É uma grande peça do quebra-cabeça em nossa história evolutiva dos pterossauros”, afirmou David Unwin, especialista em pterossauros da Universidade de Leicester que não estava envolvido no estudo.