Funcionamento de escolas do Estado é afetado por greve de servidores em Juazeiro
Thalita Bezerra/Ação Popular
Professores e funcionários da empresa DELTA Locação de Serviços e Empreendimentos Ltda, lotados em Juazeiro, Bahia, paralisaram as suas atividades desde a última quinta-feira (29), devido ao atraso salarial que se arrasta há quase dois meses. A Delta foi a ganhadora da licitação para contratação de funcionários para os cargos de agente de portaria, serviços gerais e recepcionista nas escolas estaduais com sede no município de Lauro de Freitas.
Uma funcionária que não quis se identificar com medo de represálias, afirmou que está há mais de dois meses sem receber salário. “Já denunciamos o fato ao Ministério Público – MP, e estamos aguardando alguma posição, não podemos continuar desse jeito, isso é um absurdo. Pagamos a um sindicato que sequer fomos comunicados antes, para saber se aceitaríamos ou não. Simplesmente descontaram no nosso contracheque sem nossa permissão. Sindicato este que não está servindo para nada, pois nem sabemos onde é sua sede”.
Ela conta ainda que os funcionários já entraram em contato inúmeras vezes com a empresa, mas sem sucesso. “Sempre que entramos em contato é a mesma resposta: até a meia noite da sexta-feira o dinheiro estará nas contas. Desta forma, fica impossível nós, mães e pais de família, quitarmos nossos compromissos. São mais de 50 funcionários que estão na mesma situação”, desabafa.
“O que a empresa está fazendo com a gente é uma grande falta de respeito, por nos negar um direito que é nosso, estes garantindo pela CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas, pois sabemos que temos todo respaldo legal que nos assegura a garantia desses direitos ao sermos contratados através do regime de carteira assinada”, acrescenta.
Diante da situação, a nossa reportagem entrou em contato com a Diretora da DIREC 15, Edinalva dos Santos, que informou que a instituição vem cobrando constantemente da Secretaria de Educação e aos diversos órgãos que compõem o círculo de pagamentos dos servidores. “Achamos legítima a paralisação deles e estamos fazendo o possível para que as coisas se regularizem. Na última sexta-feira (30), eles ficaram de fazer o depósito, mas a empresa não honrou com os seus compromissos. Recebemos a informação que a empresa esteve reunida com o Secretário de Educação e o Secretário da Fazenda na segunda-feira (01) e fizeram um cronograma de pagamentos dos servidores, não sabemos precisamente quando será realizado o pagamento, creio que essa semana tudo deverá ser tudo normalizado”, esclareceu Edinalva.
Com a redução de despesas por parte do Governo Estadual – chegando a reduzir o quadro de funcionários – vários setores da máquina pública foram afetados, inclusive com atraso nos repasses para honrar pagamentos a empresas prestadoras de serviços. Devido ao problema, outras empresas estão passando pela mesma situação.