Com salários atrasados, funcionários da Pro Matre promovem ato nesta sexta (04) em frente a Prefeitura de Juazeiro
Da Redação
Na manhã desta quinta feira, o apresentador Farnésio Silva recebeu nos estúdios da rádio Tropical Sat uma comissão formada por funcionários do Hospital Pro Matre em Juazeiro, que reivindicam da Secretária Municipal de Saúde o repasse dos recursos do SUS pelos procedimentos realizados na unidade de saúde.
Segundo o administrador Fábio Machado, a falta desse repasse está atingindo diretamente nos pagamentos dos salários dos profissionais, que já estão atrasados há dois meses. O administrador informou que os funcionários da unidade de saúde estão se mobilizando para não deixar a situação se estender como aconteceu no ano de 2012. “No ano passado aconteceu um fato parecido, o hospital ficou 4 meses sem pagar os funcionários devido ao não repasse da Secretaria de Saúde para o hospital . Em 2013, estamos completando o segundo mês de atraso nos salários dos funcionários”, contou.
Na segunda-feira (30/09) o secretário de saúde, Cássio Garcia conversou uma comissão formada pelos funcionários da instituição, e informou que não tinha recursos nas contas da Saúde. “Ele disse que existia uma dificuldade no repasse em relação ao governo federal e estadual, e falou que assim que esse recurso entrasse na conta, a secretaria estaria conversando com a gente e repassando um valor, não colocando qual valor seria repassado”, explica Hercules Batista, funcionário do faturamento do hospital.
Hercules contou também que após consulta ao site da Transparência verifica-se que nos meses de junho, julho e agosto existe a informação do repasse desses recursos. “Existe esse recurso e pode ser comprovado, os recursos vieram como pode ver no site da transparência. Ta devendo em torno de R$ 3 milhões de reais para a Pro Matre desde o mês de junho”.
A coordenadora de enfermagem, Maristela Almeida falou das dificuldades enfrentadas pelos funcionários que estão sem pagar suas contas. “São 405 famílias prejudicadas com essa situação, e a assistência à saúde em risco, porque a emergência do hospital está fechada, não tem médicos, eles não estão recebendo, estamos trabalhando com um quadro reduzido de funcionários, falta de materiais para realização de procedimentos, devendo a fornecedores, então realmente a situação é caótica e nós precisamos de uma solução. E o prejuízo maior tem sido para a população que não está recebendo o atendimento”.
Hospital Pro Matre é referência no município e região, como única unidade de alta complexidade que realiza procedimentos de cirurgias cardíacas, procedimentos vasculares e outros procedimentos de alta complexidade. “A Pro Matre até esse momento vem tentando ao máximo manter o funcionamento dos serviços, tiveram cirurgias cardíacas no hospital, são procedimentos de alta complexidade. Antes de a Pro Matre realizar esses tipos de procedimentos aqui no município, pacientes chegavam a ficar na fila 4 anos aguardando uma regulação para fazer uma cirurgia cardíaca em Salvador, em muitos casos o paciente vinha a óbito, aguardando na fila. Hoje, pela importância que tem o Hospital e, o nosso intuito é sensibilizar a Secretaria de Saúde e a população”, disse Fábio.
“A produtividade do hospital a nível SUS é paga para a Secretaria através do Ministério da Saúde. Temos prova de que esse dinheiro chega e precisamos saber por que não acontece esse repasse. Os funcionários sabem da responsabilidade do hospital, eles tem comprometimento, estão indo trabalhar , chega um ponto que não temos como manter um hospital que realiza procedimentos de alta complexidade. O custo é muito alto”, lamenta Fábio.
A mobilização dos funcionários
Os funcionários marcaram para as 16 horas da próxima sexta-feira (04) uma manifestação em frente ao Paço Municipal para alertar o povo do risco que corre o hospital de fechar as portas.