Funcionários estão sem receber há anos, enquanto clã do Grupo João Santos ostenta vida de luxo

Por Ricardo Antunes – Enquanto os trabalhadores do grupo João Santos estão com salários atrasados e sem depósitos do FGTS, a Operação Background, deflagrada pela Polícia Federal em maio de 2021, apreendeu joias, obras de arte, 26 veículos e embarcações do clã de João Santos e de pessoas ligadas às empresas.

Erguido a partir da compra de uma usina de açúcar em Goiana, o outrora todo poderoso império João Santos, com 47 empresas, de cimento a comunicação, de usinas de açúcar a companhia de táxi aéreo, de celulose a educação, foi à bancarrota por má gestão familiar. Requereu recuperação judicial em dezembro de 2022 com uma dívida de R$ 13 bilhões.

O patriarca João Santos, um empreendedor ousado, nascido em Serra Talhada, no sertão pernambucano, morreu em abril de 2009, aos 102 anos. A partir daí seu império começou a degringolar.

Veículos de luxo do grupo foram apreendidos pela PF

Passado um ano da recuperação judicial, esgotou-se o prazo para apresentar uma proposta à assembleia dos credores. Também não está sendo cumprido o acordo feito em agosto último, com a Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, para quitar uma dívida tributária da ordem de R$ 10 bilhões, dos quais R$ 230 milhões em atrasos de recolhimento do FGTS dos trabalhadores.

O acordo com os trabalhadores é outro grande imbróglio. Como o blog já divulgou com exclusividade, foram firmados até agora somente 88 acordos trabalhistas, com uso de recursos próprios do grupo. Dificulta a adesão a proposta do grupo, aprovada pela 15ª Vara Cível da Comarca do Recife, na qual tramita o processo de recuperação judicial, limitando a R$ 10 mil o valor das indenizações trabalhistas.

Além de todas essas dificuldades, existem suspeitas de fraudes e desvio de recursos pelos dirigentes da recuperação judicial, parte dos quais é de ex-assessores do ex-governador Paulo Câmara.

Joias também foram apreendidas na Operação Background

Como o blog noticiou igualmente com exclusividade, o executivo Paulo Narcélio foi demitido da co-presidência da recuperação judicial, que dividia com o advogado Guilherme Rocha, ex-administrador de Fernando de Noronha, supostamente por se opor a eventuais manobras ilegais do grupo de Rocha.

Como se não fosse pouco, há dificuldades jurídicas na contratação de um empréstimo de R$ 230 milhões do Fundo Arc Capital, a ser usado na quitação dos débitos do FGTS.

Fonte: Blog Ricardo Antunes

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