Fundo eleitoral: cresce tensão entre Bolsonaro e Maia

Ameaça a fundo eleitoral eleva tensão entre Bolsonaro e Maia

O presidente tem ameaçado vetar verba de R$ 2 bilhões proposta pelo próprio governo e Congresso poderetaliar aumentando salário mínimo.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil – Ueslei Marcelino/Reuters

Do Metrópoles – Por Luciana Lima
Em um encontro que não estava previsto na agenda oficial de nenhum dos dois, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se reuniu com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Palácio da Alvorada na noite desta segunda-feira (23/12/2019).

Em princípio, a visita teve como motivo o debate sobre os vetos que Bolsonaro deve fazer ao Projeto de Lei com elementos do pacote anticrime formulado pelo ministro da Justiça, Sergio Moro. Mas foi outra ameaça de veto – aos R$ 2 bilhões previstos para o fundo eleitoral do ano que vem – que se tornou o assunto principal da conversa.

Em clima de animosidade, segundo fonte presente na reunião, Maia reclamou das frequentes ameaças que Bolsonaro tem feito de vetar a distribuição do dinheiro previsto para financiar as eleições municipais do ano que vem.

Recuo

Foi diante da ameaça de veto presidencial – além da pressão social – que o Congresso recuou da ideia de elevar esse fundo a R$ 3,8 bilhões e voltou o número aos R$ 2 bilhões previstos originalmente pelo governo.

Se Bolsonaro cumprir a ameaça, o presidente da Câmara poderá atender a pressões dos parlamentares e colocar em votação pautas que podem fazer a pressão popular virar para o Palácio do Planalto em caso de necessidade de veto, como o aumento do salário mínimo ou a redução no valor do diesel -, medidas que não cabem no Orçamento Federal planejado pelo governo.

Nas últimas semanas, porém, Bolsonaro vinha falando em vetar mesmo esse valor, chegando a escancarar que se incomodava com a distribuição de valores próximos a R$ 200 milhões aos maiores partidos da Câmara e hoje seus adversários – PT e PSL.

Em transmissão pelo Facebook na última quinta-feira (19/12/2019), porém, admitiu que ainda estudava o veto porque temia que tomar essa decisão configurasse crime de responsabilidade, que é motivo para a abertura de um processo de impeachment.

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