Gilberto Gil “vira” deus hindu em ópera com Aldo Brizzi: “Canta como nunca”

Concerto inédito mistura música clássica, lírica e popular em uma celebração de amor e espiritualidade

Aldo Brizzi e Gilberto Gil
Aldo Brizzi e Gilberto Gil – 
Depois de Paris e São PauloSalvador será palco da ópera Amor Azul, uma parceria de Gilberto Gil com o maestro italiano Aldo Brizzi. O espetáculo acontece no dia 23 de novembro, às 18h30, na Concha Acústica do Teatro Castro Alves, com a participação da Orquestra e Coro da Neojiba – Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia, além de solistas do Núcleo de Ópera da Bahia.

A ópera-canção Amor Azul conta a história do amor místico entre Krishna, deus hindu, e Radha, uma mortal. São mais de 150 artistas no palco, incluindo músicossolistas e bailarinos, em uma fusão entre música de concerto, canto lírico, MPB e dança indiana.

Imagem ilustrativa da imagem Gilberto Gil "vira" deus hindu em ópera com Aldo Brizzi: "Canta como nunca"
| Foto: Rodrigo Rosenthal | Divulgação

Brizzi, em entrevista exclusiva ao Portal A TARDE, destacou que Gil interpreta 20 músicas ao longo do espetáculo. “Gil está em cena o tempo todo conosco. Ele canta como nunca antes, junto ao coro e aos solistas”, disse o maestro, que antecipou ainda que a Bahia será palco de uma novidade:

A Bahia é o lugar ideal para oferecer ao público essa novidade: 47 músicas novas inéditas, que ninguém nunca ouviu

Aldo Brizzi

A criação de Amor Azul foi um processo cuidadoso e colaborativo entre Gilberto Gil e Aldo Brizzi. “Fizemos a música com base no texto, eu escrevi o libretto, que são textos antigos, mas de uma forma mais contemporânea”, explicou Brizzi.

Segundo o maestro, cada momento da história exigia uma abordagem musical específica. “Se era uma música de amor, de ciúmes, a gente dava um sentido musical a tudo isso”, afirmou.

Aldo Brizzi e Gilberto Gil
Aldo Brizzi e Gilberto Gil | Foto: Rodrigo Rosenthal | Divulgação

Brizzi também destacou a importância de definir o papel de cada artista no espetáculo, garantindo que a interpretação fosse alinhada com o enredo.

Definíamos quem seria o cantor, o coro ou o contador da história, que narrava o momento dramático através da canção

Aldo Brizzi

Uma história de amor com sotaque baiano

Para o maestro, a relação de Gil com Salvador e sua musicalidade foi essencial na construção do espetáculo. “Os solistas vêm da música lírica, mas trazem aquele sotaque baiano, ritmos e timbres que aproximam a ópera da música popular”, explicou Brizzi.

Glauber Amaral, diretor de produção, também destacou a expectativa para o show na capital baiana:

Esperamos que Salvador se contagie com a espiritualidade musical de Gil e com a sutileza dos tambores do candomblé

Glauber Amaral

Ele também revelou que o espetáculo terá um toque especial em Salvador, “no templo da Neojiba e no terreno da Concha Acústica”. “O Amor Azul aportará no infinito mar da Bahia”, finalizou.

Do divino ao humano, o amor em dois atos

Com composições de Gil e Brizzi, Amor Azul se desenrola em dois atos, transportando o público entre a Índia mitológica e o Brasil contemporâneo. Gil, além de compositor, assume o papel de narrador, interpretando Jayadeva, contador da história, e o deus Vishnu.

Imagem ilustrativa da imagem Gilberto Gil "vira" deus hindu em ópera com Aldo Brizzi: "Canta como nunca"
| Foto: Rodrigo Rosenthal | Divulgação

O espetáculo, que já foi apresentado em Paris e São Paulo, teve grande sucesso com críticas aclamando sua originalidade. “Nunca tinham visto os membros da Orquestra da Radio France tão entusiasmados”, destacou o jornal francês ‘Le Monde’.

FICHA TÉCNICA

Música: Gilberto Gil e Aldo Brizzi

Libreto: Aldo Brizzi (colaboração André Vallias)

Orquestração: Aldo Brizzi

Jayadeva / Vishnu: Gilberto Gil

Krishna: Josehr Santos

Radha: Irma Ferreira

Sakhi: Graça Reis

Espírito da Floresta: Jean William

Gopi 1: Nila Clara

Gopi 2: Milla Franco

Violões populares: Bem Gil e Ruan de Souza

Percussionistas afro-brasileiros: Iuri Passos, Luan Badaró e Alin Gonçalves

Preparadora do Coro: Lucie Barluet de Beauchesne

Orquestra e coro do Neojiba

Núcleo de Ópera da Bahia

Maestro: Aldo Brizzi

Direção de Produção: Glauber Amaral – Barravento Artes

Serviços

Estreia Amor Azul: ópera de Gilberto Gil e Aldo Brizzi em Salvador

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