Gilmar Mendes é o mais político dos 11 ministros do STF e nunca cultivou o hábito de falar apenas nos autos
Indicado pelo ex-presidente FHC para o STF, o ministro Gilmar Mendes tornou-se um “mal necessário” na Suprema Corte. É o mais político dos 11 ministros, nunca cultivou o hábito de “falar apenas nos autos”, recomendável para qualquer magistrado, e não se recusa a dar opinião sobre temas políticos, muitas vezes com mais clareza que os próprios políticos. Foi o que ele fez no final de semana ao dizer duas coisas importantes sobre temas da atualidade. Primeira, que nem sempre doar por “caixa dois” é corrupção. Pode até ser crime eleitoral, mas corrupção nem sempre é porque muitos empresários doaram dinheiro limpo a candidatos, pedindo, todavia, que seus nomes não fossem citados. Segunda, que antes de julgar o pedido de registro da chapa Dilma/Temer o TSE levará em conta a estabilidade política do país. Pois se Temer, eleito vice, tem o mandato contestado todos os dias, imagine um presidente eleito pelo atual Congresso?