Globo dispensa ex-autor da Record após quatro meses de contrato

O autor de novelas Lauro César Muniz em sua casa, em São Paulo -

O autor de novelas Lauro César Muniz em sua casa, em São Paulo

Recontratado pela Globo em setembro, após passagem de oito anos pela Record, Lauro César Muniz foi dispensado em dezembro. O contrato do autor, um dos principais nomes da teledramaturgia nacional, venceu no último dia do ano e não foi renovado devido a uma nova política de contenção de despesas _a Globo agora evita manter contratados autores sem projetos a curto e médio prazos. Havia a possibilidade de Muniz ser reintegrado no final de fevereiro, após a análise de um projeto de novela, mas isso não ocorreu.

Muniz iria supervisionar Trem Bom, novela das seis que seria escrita por Maurício Gyboski, ex-colaborador de Aguinaldo Silva. Mas a produção foi cancelada. Então, ele apresentou a sinopse e seis capítulos de uma nova novela, porém a fila de autores da Globo já está definida até 2018. Na faixa das 21h, por exemplo, depois de Velho Chico (Benedito Ruy Barbosa), virão textos de Maria Adelaide Amaral, Glória Perez e Duca Rachid e Thelma Guedes.

O autor recebeu com tranquilidade a decisão da Globo de não renovar seu contrato. “Acho absolutamente normal o que aconteceu. O país está vivendo um momento extremamente difícil política e economicamente. Todas as empresas têm que se preservar. Sou um profissional de faixa salarial alta. Por que abrir uma exceção comigo? Não seria justo. Meu projeto continua com a TV Globo, não pretendo desviá-lo para outra emissora”, disse ao Notícias da TV.

Fora da Globo, o autor pode acabar trabalhando no Chile. “Tenho sido carinhosamente sondado por duas emissoras do Chile para me transferir para lá. Passei 15 dias [em fevereiro] em Santiago e colaborei em um trabalho. Não tenho ainda uma decisão sobre o futuro. Preciso equacionar todas as possibilidades, incluindo alguns convites para fazer roteiros de cinema e teatro”.

Lauro César Muniz deixou a Globo pela primeira vez em 2005, descontente com a direção artística da emissora, que não aprovava seus projetos de novelas e minisséries. Ele foi para a Record, onde escreveu Cidadão Brasileiro (2006), Poder Paralelo (2009) e Máscaras (2012). Deixou a Record no final de 2013.

Muniz fez parte do time que renovou a telenovela brasileira a partir dos anos 1970. Escreveu grandes sucessos, como O Casarão (1976), Os Gigantes (1979), Roda de Fogo (1986), O Salvador da Pátria (1979) e Chiquinha Gonzaga (1999).

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