A repórter e apresentadora da Rede Globo, Gloria Maria, que morreu nesta quinta-feira (2), participava como personagem em muitas de suas coberturas. Uma delas, que fez muito sucesso, foi quando fumou a “ganja (maconha) sagrada” na Jamaica.
Ele relembrou o fato durante entrevista que concedeu ao programa Roda Viva, da TV Cultura, em março do ano passado. Ela contou que foi na comunidade rastafari mais radical do país.
“Era a mais radical de todas. Três meses de negociação para entrar. Um dos regulamentos era fazer uma oração no momento da entrada. Assinamos um monte de papel, mas deu certo. Na saída, tinha outra oração. Só que não lemos tudo e era necessário fumar a ganja sagrada para sair. Pensei: ‘ganja sagrada vamos fumar’”, explicou.
Gloria disse ainda que o líder da comunidade queria vê-la “cair dura” por não aguentar o fumo. Mas ela acabou com os planos dele. “Puxei duas vezes e aguentei”, revelou.
Racismo
Na mesma entrevista, ela também respondeu se a fama a blindou do racismo:
“Nada blinda preto de racismo, nada. E com mulher preta é pior ainda. Nós somos mais abandonadas e discriminadas, porque o homem preto não quer a mulher preta. Nada blinda a gente. Você tem que aprender a se blindar da dor, isso é importante. Se você for esperar uma proteção universal, você está perdida. Você tem que fazer com que a vida te faça aprender a se blindar”, disse.