Glória Pires protagoniza cenas de sexo lésbico em ‘Flores Raras’

‘Flores Raras’, novo longa do diretor Bruno Barreto, é uma daquelas produções que vieram para emocionar e acabam provocando discussões sociais. O filme, protagonizado por Glória Pires (Lota Macedo de Soares) e Miranda Otto (Elizabeth Bishop), chega aos cinemas de todo o país nesta sexta (16). O roteiro é assinado por Matthew Chapman e Julie Sayres e ainda apresenta no elenco os atores Tracy Middendorf, Treat Williams, Marcello Airoldi e Lola Kirke.

O 19º longa de Bruno Barreto recria o Rio de Janeiro das décadas de 50 e 60 do século passado para acompanhar a real história de amor entre a poeta norte-americana Elisabeth Bishop (poetisa norte-americana vencedora do Prêmio Pulitzer em 1956) e a arquiteta autodidata Lota de Macedo Soares (arquiteta autodidata que idealizou e supervisionou a construção do Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro).  Ambientado no Brasil dos anos 50 e 60, quando a Bossa Nova explodia e Brasília era construída e inaugurada, o longa acompanha a história dessas duas grandes mulheres e suas trajetórias inversas.

“Fazer uma personagem real é uma responsabilidade em dobro, porque você sabe que ela existiu e tem familiares e amigos. As comparações são inevitáveis. […] Existe pouco material disponível sobre a Lota e acabei me baseando em notícias da imprensa e em depoimentos de pessoas que conviveram com ela. Apesar da postura forte, ela era uma mulher generosa e de braços abertos”, contou Glória Pires ao iBahia.

Bishop, emocionalmente frágil, alcoólatra e que passava a vida em viagens, sem família e residência fixa, torna-se cada vez mais forte à medida que sofre diversas perdas em sua vida. Lota de Macedo Soares, otimista, auto-confiante e empreendedora, torna-se cada vez mais fraca quando vê ameaçado o grande amor de sua vida e o controle de seu maior projeto, o Parque do Flamengo, no Rio de Janeiro.

O diretor Bruno Barreto conta que a escolha de Miranda Otto para viver Bishop serviu para dar verossimilhança ao trabalho. “Escolhemos a Miranda justamente por ela ter sotaque estrangeiro. Serviu até para facilitar o meu trabalho”, ironiza. A atriz australiana é conhecida pela trilogia ‘Senhor dos Anéis’.

Célebre por grandes produções brasileiras, como ‘Dona Flor e seus Dois Maridos’ (1976), ele contou que aceitou fazer o trabalho por querer contar uma “história de amor”. A abordagem da homossexualidade afugentou os patrocinadores, na avaliação do diretor. “O Brasil ainda é um país muito conservador”, pondera. O filme custou R$ 13 milhões e será exibido em 150 salas do país. O roteiro foi inspirado no livro ‘Flores Raras e Banalíssimas – A História de Lota de M. Soares e Elizabeth Bishop’, de Carmen Lucia Oliveira.

“Tive muita sorte, porque o filme aborda questões que ainda não haviam sido tratadas dessa forma, né?! Estamos habituados a ver o homossexual de uma forma engraçada e jocosa, e não como uma pessoa como qualquer outra, independente do gênero ou da opção sexual. Então, foi um grande desafio porque havia a expectativa se ele ia ou não acontecer”, completa Glória.

‘Flores Raras’ teve suas primeiras exibições na Sessão Panorama do 63º Festival de Berlim, no último mês de fevereiro, além de ter sido selecionado para o tradicional ‘Festival de Tribeca’, em Nova York. Em suas exibições no festival alemão, ‘Flores Raras’ teve recepção entusiasmada do público em todas as sessões e foi um dos filmes mais aplaudidos. Na votação realizada com mais de 30 mil pessoas, obteve a segunda maior nota entre os 58 filmes da Sessão Panorama.

Fonte: Correio

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