Governador defende punição a PM que executou adolescente em Salvador

Jerônimo Rodrigues disse que o governo ‘não abre mão’ de punir os responsáveis

Por Amanda Souza e Victoria Isabel

Momento do crime foi flagrado
Momento do crime foi flagrado – 
O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, falou pela primeira vez, nesta quarta-feira (4), sobre o caso envolvendo um policial militar que matou um adolescente, de 17 anos, e feriu um jovem, de 19, no bairro Alto de Ondina, em Salvador.

À imprensa, Jerônimo afirmou que o governo do estado está empenhado em garantir a investigação e reforçou o apoio aos familiares das vítimas.

“Cada ato desse comove bastante a gente, a tropa e a população baiana. Primeiro, os sentimentos aos familiares daqueles que perdem a vida ou que, por ventura, ficam machucados fisicamente e espiritualmente”, afirmou.

Ele destacou que já acionou o secretário de Segurança Pública, Marcelo Werner, e os comandos das polícias para assegurar uma apuração rigorosa do caso. A Polícia Civil também já pediu a prisão preventiva do policial militar.

É apuração de imediato e punição para aqueles que tiverem infringido a lei. A gente não abre mão

Jerônimo Rodrigues – Governador da Bahia

Medidas e apoio à tropa

Jerônimo também chamou a atenção para a necessidade de apoio psicológico aos agentes de segurança como medida preventiva para evitar ocorrências similares.

Ele mencionou um recente convênio firmado com o Ministério da Segurança Pública para oferecer assistência psicológica a policiais e oficiais.

“Estamos acompanhando o fato junto à família para que a justiça possa ser feita e, caso haja necessidade, a punição. Fizemos um convênio […] para garantir também, do lado dos policiais e dos oficiais da Segurança Pública, o apoio psicológico, para que essas coisas sejam diminuídas a todo tempo”, acrescentou.

Governador comentou sobre o caso em entrevista
Governador comentou sobre o caso em entrevista | Foto: Denisse Salazar / Ag. A Tarde

O crime

A morte do adolescente, identificado como Gabriel Santos Costa, e o ferimento de outro jovem, Haziel Martins Costa, ambos rendidos e baleados por um policial militar fora de serviço, causaram indignação. O crime, que foi registrado em vídeo, provocou comoção e revolta na população.

As vítimas foram obrigadas a deitar no asfalto, com os rostos no chão e as mãos na cabeça, antes de serem atingidas pelos disparos. Ao todo, cerca de 12 tiros foram efetuados.

O suspeito, que deixou o local em um carro branco após o crime, também foi filmado xingando e agredindo as vítimas. Gabriel morreu no local, enquanto o outro jovem foi levado ao hospital e segue internado em estado grave.

Após o caso vir à tona, o policial militar, inicialmente identificado como Marlon da Silva Oliveira, alegou que agiu em legítima defesa, afirmando ter sido vítima de uma tentativa de assalto. A família da vítima discorda da versão.

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