A Compesa está cobrando do secretário da Fazenda de Pernambuco, Marcelo Barros, uma dívida de R$ 62 milhões referente a contas em atraso pelo fornecimento de água a diversos órgãos públicos do governo estadual.
A revelação foi feita nesta terça-feira (2) pela deputada estadual Priscila Krause (DEM), que apresentou cópia da carta enviada à Sefaz pela Diretoria de Mercado e Atendimento da Companhia.
De acordo com o documento, o não pagamento do débito compromete o fluxo de caixa da empresa, razão pela qual solicita com a maior brevidade possível que a dívida seja saldada.
A carta é assinada pelo diretor de Mercado e Atendimento, Eduardo Cunha Sabino, e foi enviada à Secretaria da Fazenda no dia 8 de março deste ano.
“A carta enviada pela Compesa confirma o nosso entendimento de que, ao não pagar as contas de água e esgoto dos seus prédios públicos, numa clara manobra financeira, o Governo do Estado coloca em risco o caixa da Companhia e, como consequência, suas ações de combate à seca, que é uma das maiores da história de Pernambuco”, disse a deputada do Democratas.
Até janeiro deste ano, segundo ela, a dívida de água e esgoto totalizava R$ 62 milhões, considerando os boletos em aberto desde 2012. Mas a maior parcela do débito refere-se a 2016: mais de R$ 40 milhões.
Na carta-cobrança, a Compesa explica que “os lançamentos contábeis para PDD relacionados ao débito em questão geram um impacto negativo na apuração do lucro contábil, além da diminuição do EBITDA, provocando o descumprimento de cláusulas contratuais associadas a financiamentos obtidos junto ao BNDES, gerando, por conseguinte, uma reclassificação desses empréstimos do longo para o curto prazo”.
Os maiores devedores da Compesa são os seguintes: Secretaria de Saúde (R$ 19,92 milhões), Secretaria de Educação (R$ 19,26 milhões), Secretaria Executiva de Ressocialização (R$ 11,26 milhões), Polícia Militar (R$ 2,8 milhões) e Funase (R$ 1,7 milhão).