Governo depende de licença ambiental para prosseguir transposição

Foto: Guga Matos/JC Imagem

Com 88,4% das obras da Transposição do Rio São Francisco concluídas e um mês depois de a construtora Mendes Júnior deixar o empreendimento, o Ministério da Integração Nacional divulgou, nesta segunda-feira (1º), que solicitou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na última sexta (29) a licença de operação para o projeto. Apesar de a empreiteira ter saído da obra, o governo promete a conclusão até o fim do ano e frisa que essa é uma das últimas etapas.

A partir de agora, o Ibama vai a execução dos serviços e o cumprimento das condicionantes ambientais da transposição para conceder ou não a autorização para que ele funcione. Se as obras terminarem até dezembro, os reservatórios poderão ser abastecidos no primeiro trimestre de 2017.

De acordo com a Integração Nacional, hoje há aproximadamente de nove mil trabalhadores em campo. Em junho, 89,8% do eixo norte estavam concluídos e, no eixo leste, 86,5%. Quase 10 anos depois do início da obra, a água agora percorre 71,3 quilômetros nos dois trechos.

Do orçamento de R$ 8,2 bilhões, cerca de R$ 1 bilhão foram gastos em 38 programas de contrapartida ambiental previstos nas condicionantes do Ibama para a transposição. O investimento previsto no início da execução do empreendimento era de R$ 4,5 milhões.

A construção do canal da transposição começou em 2007, com previsão inicial de acabar três anos depois, já levando água para 12 milhões de pessoas em 390 municípios nos estados de Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, todos vítimas da seca constantemente. Porém, já duram quase uma década.

Em Pernambuco, além do problema na própria Transposição, há ainda o Ramal do Agreste, que vai levar a água do eixo leste para a Adutora do Agreste. Sem isso, o canal não ajuda essa região de Pernambuco. Orçada em R$ 1,2 bilhão, a obra já foi de responsabilidade do Ministério da Integração, passou para o governo estadual e depoisvoltou para a gestão federal, sem dar andamento à obra. A adutora, no entanto, não está em situação muito melhor; a construção, iniciada em 2013, está em ritmo lento. (Jamildo Melo)

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