Governo do Estado distribui sementes para plantio durante a seca, em Casa Nova
Grazzielli Brito – Ação Popular
O governo do estado, através do programa ‘Garantia Safra’, enviou para Casa Nova, Bahia, 34.580 kg de sementes, sendo 21.420 kg de semente de milho e 13.160 kg de feijão. Essa quantidade é proporcional ao número de famílias cadastradas pelo município no programa, um total de 5.037 famílias. A ‘ajuda’ do governo, para satisfazer o pequeno produtor, depende da chuva, uma vez que sem ela não tem como se plantar essas semente. Chuvas essas que segundo estudos climatológicos não chegarão tão cedo.
O chefe do escritório da EBDA – Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola – em Casa Nova, Guilherme Miranda, defende a importância do programa estadual. “Na verdade já choveu em algumas regiões do município, essas chuvas são variadas, mas é um risco que se corre, em alguns lugares pode ser que não aconteça a safra, mas a gente não tem como adivinhar. O garantia safra é um benefício muito importante para o agricultor familiar. Lógico que torcemos para que não haja necessidade dele receber o seguro, porque ele só recebe quando existe seca, o ideal é que ele plante e que colha sem precisar do auxilio”.
Além dessa distribuição de sementes o ‘Seguro Safra’ garantiu ao pequeno produtor, prejudicado pela estiagem, 6 parcelas mensais de 140 reais, mais duas parcelas extras em novembro e dezembro, e agora espera aprovação de mais duas já que a seca vem se estendendo. “É uma política pública de grande importância”, defendeu Guilherme.
Segundo ele, o município foi o que mais recebeu sementes no território do sertão do São Francisco. “Essa é uma parceria forte entre EBDA, Secretaria de Agricultura Municipal e Sindicato dos trabalhadores Rurais. Em 4 anos consecutivos, Casa Nova foi o município que mais aderiu agricultores familiares ao programa Garantia Safra no estado da Bahia, isso foi fruto do trabalho dessas três instituições”.
A distribuição aconteceu na manhã desta sexta-feira (01) na colônia de pescadores do município, os produtores compareceram em massa. “Essas informações precisam chegar até os beneficiários, existem 82 pequenos agricultores que não receberam as parcelas do seguro, tenho essa lista e a secretaria municipal também, eles têm quatro meses para receber e não foram pegar esse dinheiro, que tem 90 dias pra ser sacado, se você não sacar ele fica indisponível, estamos avisando para que essas pessoas não percam esse recurso”.
Quando questionado sobre a distribuição da ração animal, que não chega à região, Guilherme justifica. “Existem outros órgãos envolvidos, mas aqui cerca de 150 produtores já foram beneficiados, através do Programa Balcão, eles comprara milho a preço subsidiado de 18 reais, quando no comércio o preço é de 50 a 56 reais. Mas existe uma grande quantidade de pessoas sem serem atendidas, por isso que vamos na Conab em Juazeiro pra resolver isso”.
Em Casa Nova muitas pessoas venderam parte do rebanho pra sustentar outra parte. “É uma situação calamitosa. Em Luiz Viana, um produtor vendeu 20 cabeças de bovinos, um pelo outro saiu 300 reais o animal, ele vendeu por 6 mil reais as 20 cabeças, quer dizer ele não vendeu, ele entregou”, relata.
Já o secretário municipal de agricultura, Carlos Castro, popular Cacá Viana, acredita que a quantidade distribuída não é suficiente. “O município é muito grande, são 9.600 km2 de extensão. O pequeno produtor perdeu o que tinha, quem criava bode teve que vender uma quantidade pra escapar os outros. Não existe pasto, o que tinha acabou. Vamos tentar aos poucos beneficiar o povo do interior”.
“Quando Guilherme me procurou, eu fui ao prefeito Wilson Cota, que prontamente disse ‘se tem semente pra distribuir vamos buscar para ser distribuída com urgência’. Isso pra aproveitar a pouca chuva que tem aí. Essas sementes têm que estar plantadas, por isso nossa pressa em distribuir”, lembra o secretário.
Cacá conta que onde a secretaria sabe que possa existir ajuda para o pequeno produtor, eles correm atrás. “Estamos disposto a correr atrás do que for para beneficiar o município. Temos que aprender a conviver com a seca, estou procurando órgãos estadual e federal nesse sentido. As barragens subterrâneas é uma boa saída. Elas retêm a água no subsolo e a gente prolonga o plantio, diminuindo o tempo de seca”.