Do Metrópoles – Sob a gestão do presidente Lula (PT), a Controladoria-Geral da União (CGU) recebeu 4.162 denúncias e reclamações de assédios sexual e moral em órgãos do governo federal, do dia 1º de janeiro até a última sexta-feira (25). O número é um recorde da série histórica da CGU, que registra esses dados desde 2017.
Em comparação com o mesmo período do ano passado, a quantidade é quase o dobro do que foi computado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A quantidade equivale a cerca de 17 queixas por dia. A maior parte das denúncias é anônima, o que pode dificultar a apuração por impedir que o servidor que analisa a situação fale com o denunciante caso haja necessidade de complementar informações. Quando isso ocorre, o cidadão não consegue acompanhar a tramitação, tampouco recebe resposta do órgão.
Do total de registros, 3.001 foram respondidos, 397 ainda estão em análise e 764 acabaram arquivados. O tempo médio de resposta está sendo de 16 dias.
A maior parte dos casos é de assédio moral, com 2.829 ocorrência, enquanto o de assédio sexual possui 569. De janeiro a maio, houve um aumento de denúncias, com um pico de casos naquele mês, e de lá para cá a quantia tem caído.
As denúncias são feitas pelo sistema da ouvidoria, e o órgão com maior quantidade de queixas é justamente a CGU, seguida pelo Ministério da Saúde.
Em nota, o Ministério da Saúde afirmou que “todos os registros de denúncias e comunicações de assédio recebidas via canais oficiais do governo federal são verificadas por suas áreas responsáveis”.
A pasta ressaltou que integra o grupo de trabalho (GT) Interministerial para a elaboração de um Plano de Enfrentamento ao Assédio e Discriminação na Administração Pública Federal, instituído em julho.