Governo Tarcísio engorda salários de secretários com ‘jetons’ que somam R$ 112 mil mensais
Nove dos 25 secretários ocupam cargos em conselhos de estatais ligadas ao governo estadual. Somadas, as gratificações chegam a R$ 112 mil por mês
Os “jetons” são remunerações por participação em conselhos de administração de diversas instituições e não são ilegais, já que o valor pago por essa participação não é considerado salário, conforme orientações do Tribunal de Contas de São Paulo (TCE-SP) e do Supremo Tribunal Federal (STF).
Nesta linha, o secretário da Casa Civil, Arthur Lima, homem de confiança do governador Tarcísio, recebe R$ 19,7 mil brutos adicionais como conselheiro de administração na Companhia Paulista de Parcerias (CPP) e como presidente do conselho de administração da Companhia das Docas, além de outros R$ 31.115,58 referentes ao salário como secretário de Estado. O valor total ultrapassa R$ 50 mil brutos.
“O mesmo montante é recebido pelo secretário especial de Projetos Estratégicos, Guilherme Afif Domingos, em razão de seus cargos nos conselhos de administração tanto da Companhia Paulista de Securitização (CPSEC) e quanto da CPP”, destaca a reportagem.
Na quarta-feira (8), a Folha de S. Paulo revelou que o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite, também acumula gratificações em virtude de suas participações em conselhos de administração de diferentes instituições. Derrite, que optou por receber salário da Câmara dos Deputados, de R$ 44 mil, no lugar dos vencimentos de secretário estadual, recebe outros R$ 6.581,79 mensais como conselheiro fiscal da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb). Em abril, ele também foi nomeado para o conselho do Metrô e irá receber a mesma gratificação pelo novo cargo. Ele recebe, ainda, outros R$ 9,6 mil mensais como capitão reformado da Polícia Militar.
Já o secretário de Desenvolvimento Econômico, Jorge Lima, recebe jetons por ocupar cargos no conselho fiscal da Desenvolve SP, agência de fomento estadual, e no conselho de administração da CPSEC. Juntas, as duas gratificações somam R$ 19,7 mil.
Em nota, o governo paulista afirmou que as indicações atendem aos requisitos da legislação federal e estadual. “Os representantes dos Conselhos de Administração de empresas públicas, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias, atendem as exigências e critérios estabelecidos pela Lei Federal 13.303, e também pelo Decreto estadual 62.349/19, que regulamenta a aplicação da lei na esfera estadual”, diz um trecho da nota, de acordo com a reportagem.