Guilhotina é usada pela última vez na França

Hamida Djandoubi foi o último executado com a guilhotina; pena de morte foi abolida no país em 1981
Em 10 de setembro de 1977, a última pessoa a ser guilhotinada foi executada na França: Hamida Djandoubi, condenado à morte por tortura e estupro seguidos de morte, foi decapitado na prisão de Baumettes, em Marselha. A pena de morte seria abolida na França em 30 de setembro de 1981. A última execução pública remontava a 1939.

Em 28 de novembro de 1789, o médico Joseph Guillotin apresentou aos deputados da Assembleia Constituinte uma nova máquina para executar os condenados à morte. O engenho, projetado e fabricado em colaboração com o cirurgião Antoine Louis, era, segundo seus inventores, o meio “mais seguro, mais rápido e menos bárbaro”. Seria inicialmente chamado de ‘Louison” ou “Louisette”. No entanto, muito rapidamente, os parlamentares e os jornalistas apelidaram o invento de “guilhotina” (“guillotine”). O povo acrescentaria outro apelido: “a viúva”. A primeira execução aconteceria em 25 de abril de 1792, aplicada a um assaltante, Nicolas-Jacques Pelletier.

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Execução com uso da guilhotina em Lons-le-Saunier, leste da França, em 1897

O projeto de Guillotin, apresentado com o apoio de Mirabeau, não foi imediatamente aprovado. Mais um passo foi dado, em cinco de junho de 1791, com a lei que abolia a forca, a espada e a roda, bem como as torturas. O decreto estabeleceu que “todo condenado a morte terá sua cabeça cortada”. Durante o Terror, de setembro de 1793 a julho de 1794, cerca de 50 guilhotinas seriam instaladas na França e quase 20 mil pessoas seriam executadas

A igualdade era uma das máximas da Revolução de 1789, inclusive na pena de morte. A intenção original de Guillotin foi declarada em um projeto que apresentou na Assembléia, baseado no princípio da uniformização das sentenças. “Os crimes do mesmo gênero serão punidos pelo mesmo gênero de pena, não importando a origem social do culpado”. Para democratizar as penas de morte, Guillotin sugeriu a construção de um engenho para tal fim. “A mecânica tomba… a cabeça voa, o sangue jorra, o homem não existe mais”. Por isso, passou o resto da sua vida tentando inutilmente desassociar o seu nome da máquina de matar.

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