Há 54 anos, Martin Luther King era morto nos EUA 

Neste dia, em 1968, o ativista americano era morto. Entenda seus momentos finais e como a família não aceita ainda hoje a explicação oficial

Redação

Uma das últimas entrevistas de Martin Luther King
Uma das últimas entrevistas de Martin Luther King – Divulgação/Víde/NBC

Em 4 de abril de 1968, King estava em Memphis, no Tennessee, para apoiar uma greve de lixeiros. Sua liderança estava desgastada, assim como sua capacidade de sonhar com um país mais justo. A desilusão dava o tom do sermão que ele começou a escrever naquela tarde, intitulado “Por que a América deve ir para o inferno”.

O texto ficou inacabado. Às 18h01, enquanto conversava com amigos na sacada do Lorraine Motel, King levou um tiro no pescoço. Hospitalizado, morreu por volta das 19h. Cinco dias depois, o pastor foi enterrado em Atlanta, num funeral acompanhado por 300 mil pessoas.

Martin caído no chão / Crédito: Getty Images

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Foi por pouco que Joseph Louw perdeu a chance de registrar a tragédia. O cineasta e fotógrafo sul-africano decidiu interromper seu jantar para voltar ao quarto e assistir ao noticiário da noite na TV.

Então ouviu o tiro, correu para a sacada e ainda teve tempo de ver o defensor dos direitos civis tombando ao chão. Percebendo que não havia o que fazer, pegou sua câmera e bateu dois rolos de imagens, dentre os quais surgiu a foto acima.

Louw teve o bom gosto de não pôr o corpo em evidência. “Nunca o fotografei no rosto. Senti que devia manter distância e respeito”, afirmou. O que aparece em destaque são os parceiros de King apontando na direção em que o assassino havia fugido.

Esse, na versão oficial dos fatos, era James Earl Ray. Após diversas passagens pela prisão por roubo e assalto, James havia se tornado um supremacista branco independente, sem qualquer conexão – enfim, um joão-ninguém.

Três dias antes do crime, em 1º de abril de 1968, Ray ficou sabendo que King faria um discurso em Memphis, foi de carro para a cidade e alugou um quarto em frente ao do líder. Acabou capturado dois meses depois em Londres e confessou o assassinato no ano seguinte.

Fim do caso? Ray acabou por retirar a confissão e passou o resto da vida dizendo que só o fez para escapar da pena de morte. A família de King ainda hoje acredita que ele foi bode expiatório de uma conspiração envolvendo o governo americano.
Após a morte, virou nome de ruas, escolas e bibliotecas. Em 2008, foi inaugurado seu memorial no National Mall – próxima à Casa Branca, onde foi feito o discurso “Eu tenho um sonho”.

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