Opinião
Pela segunda vez em atos no Estado com a presença do presidente Lula, num hiato de apenas dois meses, a governadora Raquel Lyra (PSDB) foi vaiada quando teve seu nome citado e, principalmente, durante seu discurso. Na primeira vez, as hostilidades partiram dos enfermeiros cobrando o piso nacional da categoria.
Já ontem, os apupos partiram de estudantes insatisfeitos com a falta ou péssima merenda na rede estadual de ensino. Em ambos os casos, Lula teve que se levantar e ficar ao lado da tucana, na tentativa de conter os protestos, mas de nada adiantou. Na realidade, as vaias foram com tamanha intensidade que ninguém entendeu patavinas da sua fala.
Só depois, claro, que ela mandou a sua equipe das redes sociais editar o pronunciamento com som de estudo e imagens supostamente favoráveis do público presente, o que não passou, verdadeiramente, de um grande vexame. Em cada fala dela, a cobrança “Cadê a merenda”?
Mas poderia ser, também, cadê o aumento dos professores na sua plenitude e não apenas para 30% da categoria? Poderia ser, igualmente, partindo dos policiais e bombeiros, pelo fim das chamadas faixas salariais? Poderia ser ainda pelo programa Leite para todos, que a tucana suspendeu? São tantas, enfim, as frustrações com a governadora que a lista não cabe num comentário.
Mas não poderia esquecer a mais importante: cadê o pagamento dos hospitais conveniados ao Sassepe? Na semana passada, seis unidades de saúde do Estado suspenderam o atendimento aos beneficiários do Sassepe e cinco clínicas de hemodiálise fecharam, por falta de pagamento. E o mais grave: a governadora não dá ouvidos a ninguém. Levou duas derrotas acachapantes na Assembleia, mas não mudou nem um centímetro o estilo arrogante na relação com o Legislativo.
Por: Magno Martins